É sabido que, antes mesmos de chegar a idade
escolar, as crianças já estão habituadas a noções como ganhar, perder, tirar,
juntar, comparar, embora ainda não saibam as designações adequadas que cada ato
em si, deva receber. Trata-se de um estágio inicial de aprendizado, que demanda
explicações minuciosas, repetitivas, que intercalem momentos coletivos com
individuais.
Embora eu não tenha experiência com alfabetização
matemática, já tive uma turma de terceiro ano onde a disciplina de
Matemática estava sob minha responsabilidade e, assim como aprendi, achava
estar no caminho certo quando reforçava no aluno a ideia de que deveria
encontrar palavras chaves nas situações-problemas, já que as mesmas seriam
facilitadoras do processo de compreensão/resolução do mesmo.
No entanto, as abordagens das operações aritméticas
na atualidade dizem justamente o contrário: há um novo jeito de fazer contas, à
exemplo da perspectiva do campo aditivo, desenvolvido nos estudos realizados
pelo francês Gérard Vergnaud, em 1977, onde o aluno é instigado a percorrer
caminhos diversos para chegar até o resultado. O ensino de adição e de
subtração, tratado nestes moldes, passa a valorizar tanto ou mais as
estratégias, a maneira como o aluno as defende e valida o processo, a
comparação com as soluções dos colegas, que o resultado propriamente
dito.
Percebe-se que o algoritmo tradicional, ou a conta
armada, como se diz mais comumente, embora seja importante e precise ser
ensinado, deixa de ser a única forma de calcular, sobretudo, em função da sob a
sua forma mecânica, sem que o aluno comprenda o que está fazendo.
Outro aspecto do texto que chamou a minha atenção é
que ao iniciar o trabalho, seja com adições, seja com subtrações, é preciso
dedicar especial atenção à utilização de materiais concretos, sendo de grande
valia trabalho com tampinhas, canudinhos, pedrinhas, material dourado, etc.
Lembro que quando eu estava aprendendo a realizar as primeiras continhas, era
comum que a professora nos pedisse que levasse palitos de fósforos queimados,
ou ainda, feijões, os quais eram utilizados para auxiliar durante as
contagens. Esse procedimento é muito importante para construir abstrações
quanto à quantidades maiores na sequência, sobretudo, ao envolverem cálculos
mentais.
Todavia, fiquei feliz porque, quando utilizo a
sapateira na resolução de subtrações e adições, estava indo pelo caminho certo,
por assim dizer, porque a descrição do autor, em alguns aspectos se assemelha
com o processo que costumava utilizar, ainda que de hora em diante, precise
estar mais atenta à utilização da expressão “empresta um”, inadequada por
referir-se na verdade a uma troca no valor posicional daquele determinado
algarismo naquela situação.
REFERÊNCIAS
COSTA. Carolina.Somar e subtrair: operações
irmãs. Disponível em: http://acervo.novaescola.org.br/matematica/fundamentos/somar-subtrair-operacoes-irmas-500497.shtml,
acessado em 31 de outubro de 2016.
SMOLE. Kátia Stocco; MUNIZ. Cristiano
Alberto. A matemática em sala de aula: reflexões e propostas para os
anos iniciais do ano inicial. Disponível em https://moodle.ufrgs.br/pluginfile.php/1713676/course/section/1269614/bittar_freitas_pais_cap1.pdf,
acessado em 31 de outubro de 2016.