quarta-feira, 4 de novembro de 2015

A Erotização da Infância



Seja de forma direta ou indireta, a influência midiática é perceptivelmente presente no cotidiano social, embora não possa ser categorizada como hegemônica, dada a complexidade de suas redes de funcionamento, com vistas ao estímulo desenfreado à prática consumista. Enquanto ser em desenvolvimento, as crianças constroem suas percepções de mundo a partir das relações que desenvolve com os demais indivíduos sociais.
As imagens ao lado, expõem a criança vista enquanto futuro consumidor em potencial. Desta forma, os mecanismos midiáticos tem voltado seus esforços no sentido de atribuir cada vez mais importância a manipulação de suas opiniões, principalmente com práticas apelativas e diretas, onde deixa de existir a necessidade da mediação da interlocuções de adultos.
Como resultado, vemos uma geração de crianças “diferentes e cheia de simultaneidades e vontades”, pondo por terra todas as concepções disciplinares historicamente constituídas, cujas regras igualitárias e enquadrantes, já não mais se aplicam.
Em meio a isso, não há como voltar a enxergarmos a infância de forma assexuada como preconizava-se em séculos passados, como da mesma forma, não se pode tratá-la como mero nicho de exploração por parte de campanhas publicitárias, pautadas em apelos erotizantes, que naturalizam a pedofilização, assim como práticas heteronormativas. 
A bem da verdade, foi a primeira vez que deparei com o termo "heteronormativas". Não que eu seja indiferente ao significado, mas até então, não havia debruçado esforços na reflexão desta ditadura social que, muitas vezes, nos é imposto pelo próprio desta sociedade que nos vemos inseridos. 



REFERENCIAS

FELIPE, Jane; GUIZZO, Bianca  Erotização dos corpos infantis na sociedade do consumo. Pro-posições, vol. 14, n. 13. (42),  set./dez., 2003. Disponível em http://www.proposicoes.fe.unicamp.br/proposicoes/textos/42-dossie-felipej_etal.pdf, acessado em 31 de outubro de 2015.


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