sábado, 25 de abril de 2015

... viajando na memória...



    Hoje, realizando uma das atividades do PEAD, constatei que tenho um problema: não consigo ser sucinta quando escrevo....
    A tarefa era descrever minha formação, justificar minha escolha pelo Magistério, em poucas linhas. Pronto! Dificuldade instaurada!
    Como posso falar em poucas palavras da minha fase estudantil, sem divagar na minha infância e no tanto que ela representa no alicerce do que sou hoje?!  São memórias com sons do acordeón que meu pai tocava, com gosto de mingau de fubá da minha mãe, cheiro de balas de hortelã (que meu pai chamava de “balinhas de ventinho”),  lembrar das tatuagens removíveis dos chicletes Ploc e olhares curiosos sob as cores vivas de gibis, capas de discos, e  tecidos que minha mãe caprichosamente cortava para costurar as roupas da vizinhança. 
    Como sintetizar a rigidez de ensino da Professora Rachel Martinni e o zelar com a "língua pátria" com que ela inebriava a todos durante a sua aula!? 
     Como falar das aulas de Química do Professor Darci Signor e sua infinidade de regras e cálculos, carregados no sotaque da descendência italiana? 
     E como não lembrar dos cadernos de caligrafia "pra letra ficar bonita"? Das aulas de Geografia do Professor Ivonzir e sua infinidade de textos porque "ler é uma forma de interpretar o mundo"?
     E o Professor Jarbas, então um Professor de Ciências galã, que no auge de seus trinta e poucos anos fazia todas as meninas amarem suas aulas. 
    Como falar de minhas memórias sem dizer da mancha que a Professora Lóide Tecchio Alves tinha no rosto e do quanto ela ficava ainda mais vermelha quando lhe tirávamos a paciência?!
     Ou então, falar do Magistério e de nossos encontros regionais, onde tínhamos que nos esmerar em apresentações para colegas de outras cidades, caprichar em figurinos e gestos, fazendo de conta que não éramos tímidas...
     Definitivamente, vai ser difícil ser sucinta pra falar sobre isso...





3 comentários:

  1. Muito bem. Belo história e pinceladas do que queres tratar. Vou lá no moodle ver como ficou essa história de vida. Para isso que temos o blog. Para fazeres reflexões e complementações do como estás te sentindo ao realizar as atividades. Aqui não há limites de palavras. Na tarefa a ser postada sim tem regras e critérios para facilitar a execução e a avaliação. Mas é por aí o caminho Ivonete. Se possível edita essa postagem e coloca como marcador Reflexões e outro marcador o nome da disciplina que solicitou a História de vida. Parabéns! Abraço, Betynha ;0)

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  2. Foi legal esta revisita às minhas memórias... penso que este voltar as raízes é fundamental para renovar nossa gratidão ao passado que continua moldurando nossas ações presentes. Eu, como fruto do ensino público, me sinto profundamente agradecida ao realizar esta "volta ao começo".

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  3. Morei em Coronel Vivida nos idos de 1977 e tive a felicidade (agora tenho a noção real do quanto) de conhecer e ser educado pela Professora Loide Tecchio.... na ocasião ainda não casada.

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