A elaboração da narrativa
de minhas aprendizagens aconteceu par e passo às ideias de apresentação.
Horas de dedicação, treinos e falas
cronometradas. Tudo estava certo!Não queria nada chato de ser visto, tampouco pouco convidativo ou que deixasse de transparecer um pouco sobre mim... Então, decidi-me pelas corujas. Elas seriam as porta-vozes das minhas mensagens, ilustrariam meus dizeres, os quais, eu tinha certeza de que "daria conta".
Tudo pronto! Bastava apenas os últimos ajustes, uma capa e chegar ao Campus da UFRGS. Falo com os alunos todos os dias, logo, tiraria tudo isso de letra!
Resolvi ir sozinha, pois a companhia de estranhos no ônibus, não prejudicaria minha concentração, eu poderia aproveitar o tempo de deslocamento para últimas ou quem sabe, novas leituras.
Então, ao deparar-me com as demais gurias, com a organização "regimental" e cronológica das apresentações, fui dando-me por conta de que minha segurança era mais tênue que eu supunha!
As apresentações iniciaram, as gurias iam aos poucos, fazendo o seu melhor.
Pernas tremendo, coração disparado, pele ruborizada... chegou minha vez: -"Ok, Ivonete! Vai lá! Conta tudo direitinho, do jeito que tu ensaiou! Tu sabe!"... era o coitadinho do meu ego, tentando me trazer à lucidez, num duelo ímpar com o meu nervosismo!
Apresentação acontecendo, dez minutos que se tornaram segundos... As corujas iam fazendo sua parte no power point, enquanto eu tentava orquestrar o receio da repetição ou do esquecimento.
Por fim, das conclusões que faço é que, graças a esta parte do processo avaliativo, descobri que não tenho nenhuma doença cardíaca e que, nestas situações, os minutos representam uma linha muito tênue entre o sucesso e o fracasso.
Finalizada a apresentação, senti-me muito frustrada, incomodada... e por que?
Porque fiquei com a sensação de incapacidade, de estar aquém de todas as qualidades que eu julgava ter... Embora as palavras de incentivo e parabenizações tenham se multiplicado ao final, acredito que sou a pessoa mais auto-crítica que conheço!
Queria muitíssimo não o ser, mas é um item de série que me acompanha a longa data. Justo a mim, competiu ser eu mesma, com todos os ônus e bônus que isso possa acarretar.
Haverão próximas oportunidades, sei delas.
Então, tentarei novamente dar o meu melhor... sei que tenho competência pra isso! Só espero que as forças maiores olhem por mim e transformem tudo em experiências positivas, acima de tudo.