quarta-feira, 25 de novembro de 2015

... dos desafios da Alfabetização...

   Então, o desafio proposto por esta Interdisciplina visava o planejamento de atividades lúdicas, que envolvessem ensino de vogais para crianças em idade de alfabetização.
   Digo "desafio", porque embora eu trabalhe com crianças dos primeiros anos do ensino fundamental, nunca peguei turmas de alfabetização, justamente por compreender que não o conseguiria porque não me compreendo paciente o necessário para dar vazão ao processo... mas ok, vamos lá... Estas foram as atividades que elaborei...

1. SOPRA VOGAL

Materiais necessários: vogais recortadas em EVA, colocadas dentro  de balões de festa
Organização: Alunos separados em duas equipes, com igual quantidade de participantes.
Desenvolvimento:
Ao sinal da professora, os alunos começarão encher os balões recebidos, até que estourem, deixando cair a vogal recebida. Identificada a letra, os alunos deverão torcer pelos colegas, mas utilizando somente o som de sua respectiva vogal. Ganha a primeira equipe em que todos os participantes estourarem seus balões.
Volta a calma:
Na sequência, para que os alunos voltem a calma, pode-se cantar a musiquinha: “A música das vogais” (disponível em  https://www.youtube.com/watch?v=oHHd7yPOg34).

 

2. PEGOU, PERDEU, COM VOGAIS

Materiais: Alunos com folhas presas às roupas, com vogais escritas. (Apenas uma vogal por aluno);  
Organização: Um lugar para ser o ferrolho das vogais.
Desenvolvimento: 
             Um aluno fará o papel do caçador de vogais e outro, de mágico dos poderes.
Ao sinal da professora, os alunos começam a correr, escapando-se do caçador. Mas, se forem tocados por ele, deverão ficar na posição de estátuas, porque momentaneamente,  “perderão o poder de andar, restando-lhe apenas o poder da fala”. Então, como podem apenas usar o som de sua vogal para pedir ajuda, poderão tentar solicitar que o Mágico lhes devolva seus poderes. Depois de um tempo, a professora sinalizará o final da rodada, sendo que o Caçador será ganhador caso tenha conseguido imobilizar todas “as vogais falantes”. Do contrário, quem ganhará será o Mágico, no caso de elas continuarem, em sua maioria, com “seus poderes”.
Volta a calma: 
    Cantar a música: “As vogais”, disponível em https://www.youtube.com/watch?v=RRS4E0aaSHs ).

  


quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Manifesto de uma educadora do século XXI



    Então, o desafio era criar uma proposta de Manifesto, a partir da leitura do Manifesto dos Pioneiros da Educação. Esta atividade poderia ser desenvolvida sob a forma de poema, discurso, desenho, vídeo, animação, teatro, bordado, enfim... de uma forma criativa.

   Optei pela realização de forma individual e ao final de uma noite toda de trabalho, praticamente (iniciei esta atividade perto das 7 horas da noite e a finalizei as 4:32 h da madrugada!), fiquei super feliz com o resultado, conforme pode ser visualizado abaixo...
     Espero que gostem...



quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Nove teses sobre a infância como um fenômeno social: Pro-Posições

Resumindo as ideias principais do texto "Nove teses sobre a infância como um fenômeno social: pro-posições", escrito por Jens Qvortrup:

Até recentemente, a exclusão das crianças do mundo maior, ou melhor, adulto, era a abordagem comum à maioria dos cientistas. O esforço de exclusão ajudava a proteger as crianças dos perigos do mundo moderno; de um negativo, era um projeto  ilusório e duvidoso; ilusório porque as crianças fazem parte desse mundo amplo em muitos aspectos, duvidoso no sentido de esconder as crianças num tipo de “limbo analítico”, o que impediu pesquisadores e outros de atentarem às macroforças, que são da mais alta importância, potencialmente, para as condições de vida das crianças. Todas os eventos, grandes e pequenos, terão repercussões sobre as crianças, como parte da sociedade, e contrapartida elas terão reivindicações a serem consideradas nas análises de nos debates acerca de qualquer questão social maior.
O desenvolvimento econômico, político e social durante o século XX, mudou a estrutura populacional: a composição da família; a economia da infância na interface com família e sociedade; a justiça distributiva em termos de equidade geral; e mesmo, os direitos das crianças, os quais finalmente foram vistos no seu processo de cidadania; A infância não é mais questão interna da família, nem classes tradicionais e estratificadas, tendencialmente seculares. São necessários macroparâmetros;
Tese 1. A infância é uma forma particular e distinta em qualquer estrutura social e sociedade -  A infância da sociedade moderna  está ligada à institucionalização, há um lugar para as crianças por serem de menor idade, em função de determinações sociais. Este lugares onde a infâncias tem sido colocadas, dentro da arquitetura social dos adultos, possibilitam o acompanhamento do desenvolvimento histórico da infância, comparações culturais e sociais.
Tese 2. A infância não é uma fase de transição, mas uma categoria social permanente, do ponto de vista sociológico – A criança se desenvolve por certo número de fases, até que atinja a maturidade. No entanto, a concepção de socialização no sentido de desenvolvimento, é pouco fecunda no argumento sociológica;
Tese 3. A ideia de criança, em si mesma, é problemática, enquanto a infância é uma categoria variável histórica e intercultural – advoga que a criança é a-histórica, separada da sociedade em que vive. São as mudanças de concepção que são objeto de interesse sociológico, porque presumivelmente refletem mudanças de atitude em relação às crianças;
Tese 4. Infância é uma da parte integrante da sociedade e da sua divisão de trabalho – crianças influenciam e são influenciadas pelos pais, professores, pelo mundo social e econômico. A infância interage  estruturalmente com outros setores da sociedade. Na escola, estas crianças desempenham  trabalhos escolares, o qual está ligado mercado de trabalho. Além disso, as crianças, baseadas em seu consumo, reivindicam recursos sociais.
Tese 5. As crianças são coconstrutoras da infância e da sociedade -  as crianças não são inúteis e meramente receptoras. Todas as vezes que elas as crianças interagem e se comunicam com a natureza, com a sociedade e com outras pessoas, tanto adultos quanto pares, elas estão contribuindo para a formação, quer da infância, quer da sociedade. As crianças são criadoras, inventivas, porque se envolvem nem ações propositivas.
Tese 6. A infância é, em princípio, exposta (econômica e institucionalmente) às mesmas forças sociais que os adultos, embora de modo particular – ninguém, inclusive as crianças, pode evitar a influência de eventos mais amplos, que ocorrem além  do microcosmo próximo. As forças econômicas, os eventos ligados ao meio ambiente, o planejamento físico, as decisões políticas, etc. Embora haja poucas dúvidas de que os eventos sociais causem efeitos constantes, as crianças não são consideradas. Em termos mais gerais, a retração e a expansão do mercado de trabalho têm trambém um tremendo impacto sobre a vida das crianças. Por exemplo, quando cresce a oferta de emprego, cresce a institucionalização das crianças, uma necessária “readequação dso fatos”;
Tese 7. A dependência convencionada das crianças tem consequências para sua invisibilidade em descrições históricas e sociais, assim como para a sua autorização às provisões de bem-estar – As crianças não são consideradas como unidades de observação nas estatísticas, pois o Estado demanda de dados absolutamente necessários para seu planejamento e esforços de elaboração política, portanto, se as crianças são de responsabilidade dos pais, não há necessidade de contar as crianças por elas mesmas.
Tese 8: Não os pais, mas a ideologia da família constitui uma barreira contra os interesses e o bem-estar das crianças – herdamos uma ideologia de família que pode ser considerada um anacronismo: as crianças são propriedades dos pais, sendo que a sociedade só se interessa em interferir em casos excepcionais.
Tese 9. A infância é uma categoria minoritária clássica, objeto de tendências tanto marginalizadoras quanto paternalizadoras – não há como categorizar a infância ou determinar sua natureza sociológica como fenômeno social. O paternalismo é uma atitude característica, no sentido de uma estranha combinação de amor, sentimentalismo, senso de superioridade em relação à compreensão equivocada das capacidades infantis e à marginalização.

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

A Erotização da Infância



Seja de forma direta ou indireta, a influência midiática é perceptivelmente presente no cotidiano social, embora não possa ser categorizada como hegemônica, dada a complexidade de suas redes de funcionamento, com vistas ao estímulo desenfreado à prática consumista. Enquanto ser em desenvolvimento, as crianças constroem suas percepções de mundo a partir das relações que desenvolve com os demais indivíduos sociais.
As imagens ao lado, expõem a criança vista enquanto futuro consumidor em potencial. Desta forma, os mecanismos midiáticos tem voltado seus esforços no sentido de atribuir cada vez mais importância a manipulação de suas opiniões, principalmente com práticas apelativas e diretas, onde deixa de existir a necessidade da mediação da interlocuções de adultos.
Como resultado, vemos uma geração de crianças “diferentes e cheia de simultaneidades e vontades”, pondo por terra todas as concepções disciplinares historicamente constituídas, cujas regras igualitárias e enquadrantes, já não mais se aplicam.
Em meio a isso, não há como voltar a enxergarmos a infância de forma assexuada como preconizava-se em séculos passados, como da mesma forma, não se pode tratá-la como mero nicho de exploração por parte de campanhas publicitárias, pautadas em apelos erotizantes, que naturalizam a pedofilização, assim como práticas heteronormativas. 
A bem da verdade, foi a primeira vez que deparei com o termo "heteronormativas". Não que eu seja indiferente ao significado, mas até então, não havia debruçado esforços na reflexão desta ditadura social que, muitas vezes, nos é imposto pelo próprio desta sociedade que nos vemos inseridos. 



REFERENCIAS

FELIPE, Jane; GUIZZO, Bianca  Erotização dos corpos infantis na sociedade do consumo. Pro-posições, vol. 14, n. 13. (42),  set./dez., 2003. Disponível em http://www.proposicoes.fe.unicamp.br/proposicoes/textos/42-dossie-felipej_etal.pdf, acessado em 31 de outubro de 2015.