quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Minha apresentação no Workshop

     Coincidentemente, ou por ironia do destino, o dia da apresentação de nosso Workshop coincidiu com datas em que estávamos realizando conselhos de classe em nossa Escola e portanto, epoca de correrias e cobranças maiores, como é comum em todo final de ano letivo.
     Talvez por se tratar da segunda vez em que tínhamos de relatar nossas experiências, a elaboração 
textual não me soou tão desafiadora, embora minha maior dificuldade ainda resista na explanação verbal daquilo que penso, justamente por estar "sob júdice" de colegas e professores que incumbem-se da função de estar avaliando meu desempenho.
      Desta vez, foi mais tranquilo e penso que grande parte desta sensação se dê ao fato de que a maioria dos presentes já eram rostos mais conhecidos que na primeira oportunidade. Acho que foi gratificante, mas ainda há arestas que podem ser aparadas para as próximas apresentações. Então, vamos seguindo esta caminhada, um passo de cada vez. 



quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Minha síntese reflexiva (tá, eu sei que está extensa, mas gostei tanto que resolvi agregá-la na íntegra.)

INTRODUÇÃO
“- Agora me diz, Ricardo, por que tu disseste que é por minha causa que estás interessado em Freud?
- Ora, essa tua conversa de que eu tenho um outro por dentro. Fui checar direitinho e tive que concordar contigo: tenho mesmo. Só que todos têm. E tudo porque na verdade a gente nunca sabe direito quem a gente é. A ponte entre o inconsciente e o consciente é maior do que a Rio-Niterói, nunca conseguimos enxergar a travessia que liga esses dois lugares da alma humana, tão distanciados um do outro.” (BENTANCUR, 1995, p. 06)

Penso que um dos maiores desafios de nossa existência é conhecermo-nos a nós mesmos, a tal ponto de, sabiamente, aprendermos a lidar com nossas qualidades e defeito, em meio ao arcabouço de emoções que o cotidiano vital nos congratula todos os dias.
Nesta perspectiva e já em fase de encerramento de mais uma etapa de nossa caminhada do Curso de Pedagogia - Modalidade de Ensino a Distância, passo a compartilhar algumas reflexões e aprendizagens, correlacionando-as ao desenvolvimento das atividades encaminhadas pelas Interdisciplinas e procurando ilustrá-las com minhas experiências ao longo deste semestre.

REFLETINDO SOBRE A IMPORTÂNCIA DO PEAD EM MINHA VIDA

Tenho encarado o ingresso no Curso de Pedagogia – Modalidade de Ensino a Distância – como um divisor de águas em minha vida.
Sabia que ao contar para as pessoas mais próximas, certamente lhes surpreenderia, justamente porque bem conhecem a falta de paciência que faz parte de minha personalidade. Então, antes de mais nada, realizar as atividades, debruçar esforços na procura de bons resultados, tem me trazido gratas sensações de êxito, embora ainda apresentem-se entremeadas por súbitas vontades de desistência no transcorrer do caminho.
A partir das leituras propostas pela Interdisciplina O trabalho educacional: conhecimento, aprendizagem e subjetividade, desenvolvimento e aprendizagem sob o enfoque da Psicologia I, mais especificamente, refletindo sobre os estudos freudianos acerca dos mecanismos de defesa, percebi que nossa personalidade se constitui e diferencia-se por uma série de identificações e que a impaciência na verdade, potencializa a impossibilidade de coligações eficientes entre os pensamentos, negando a aceitação conscientes dos fatos, cada um a seu próprio tempo e forma.
Este primeiro esboço de racionalização, trouxe à tona a necessidade de revisão em minha postura profissional, uma revisitação consciente a algumas velhas angústias, companheiras constantes em meu fazer pedagógico.
Lembro que em uma das aulas presenciais da Interdisciplina Fundamentos da Alfabetização, a professora Annamaria nos propôs uma atividade onde o enunciado do exercício estava em português, mas o restante, encontrava-se escrito em árabe, em meio a algumas imagens ilustrativas. A intenção era de que percebessemos o desafio que uma criança em idade de alfabetização enfrenta até internalizar as memórias procedurais e semânticas que antecedem o desenvolvimento da motricidade necessária para a aprendizagem da escrita das letras e seus sons.
Enquanto tentava realizar a atividade (mais me baseando nas imagens que propriamente nas letras arábicas), ia pensando nas diferentes linguagens que utilizo durante as minhas aulas e no quanto influenciam para que os alunos consigam apropriar-se dos conhecimentos inicialmente pretendidos, dentro do tempo projetado para a realização de tais atividades, segundo os planejamentos. Até que ponto minhas aulas poderiam ser classificadas como dinamicamente dialógicas, sem incorrer no estabelecimento de paradigmas dogmáticos, baseados em cansativos monólogos?
Então, lembrei de Dona Cristina, protagonista de um dos documentários que assistimos em uma das aulas presenciais da Interdisciplina Escolarização, espaço e tempo na perspectiva histórica. Ao passo que a produção ia retratando sua história, subentendia-se a mensagem de que a memória nunca é estável, pois sempre que revisitamos nosso passado, ressignificamos o nosso olhar.  
Buscar ressignificações. Que desafio!
Em outro  momento, assistimos o vídeo clip da música “The wall” (Pink Floyd - 1979). Na sequência, as professoras iniciaram um debate coletivo, onde deveríamos analisar o contexto das imagens do vídeo, levando em consideração o texto “Maquinaria Escolar”, escrito pelos sociologos franceses Fernando Alvarez-Uria e Julia Varela.
Atentando às falas das colegas de curso e das professoras, foi possível que eu ressignificasse a leitura que eu havia realizado do texto, a partir da análise das entrelinhas reflexivas suscitadas pelos autores e neste sentido, percebi o quanto são importantes as trocas de experiências que os encontros presenciais nos possibilitam, embora, particularmente, eu opte mais por ouvir, do que explicitar o que penso oralmente, pois percebo que consigo me esboçar muito melhor escrevendo que necessariamente, falando.
A percepção do aluno ativo, parte do mobiliário escolar, demanda compreensões no que se refere as particularidades que constituem seu universo, analisando-se as formas pelas quais manifesta seu desejo de aprender, em meio as transferências e contratransferências que vai estabelecendo em meio ao contexto social onde está inserido.
Desta forma, a Interdisciplina Infâncias de 0 a 10 anos, nos propôs ponderações sobre nossa sociedade pós-moderna, marcada pela influência midiática, direta ou indiretamente, uma vez que este aluno, enquanto cidadão em desenvolvimento, necessita de novas formas de tratamento, pois conforme afirmou o personagem Ricardo à sua mãe, no livro “O  menino escondido”, escrito por Paulo Bentancur:  “Hoje, o mundo está mais veloz, mais avançado. As crianças atualmente sabem de coisas que no teu tempo vocês levaram dez anos a mais para aprender.”

MINHAS REFLEXÕES ACERCA DAS ATIVIDADES E LEITURAS ENCAMINHADAS PELAS INTERDISCIPLINAS NESTE SEMESTRE
Crianças encurraladas entre muros altos, se limitam a “receber a luz” que vem do professor, embora nem todos sejam iluminados. Com dedo em riste e expressão de autoritária, a figura de um professor catedrático e inquestionável, ensina repetitivamente, enquanto as batidas cadenciadas de um baixo, pouco a pouco, vão ofuscando o som das vozes, as quais deixa-se de se ouvir ao passo que a música se inicia, falando da redundante insistência de palavras e regras na formatação dos alunos. Ao final da aula, seres apáticos saem desta escola, caminhando por uma cenário tempestuoso, sem sol.
As cenas descritas acima, referem-se a algumas partes do vídeo clipe da música “The wall” (Pink Floyd), produzido em 1979. Note-se que, em momento algum, estes alunos são vistos enquanto portadores de potencialidades, tampouco, indivíduos sociais capazes de construir um futuro sob novas perspectivas, permanecendo nos bastidores dos acontecimentos sociais, subjugados a condição de meros receptores a-históricos.
Este cenário, ambientado em anos marcados pela Guerra Fria, pela bipolarização do espaço mundial entre Socialistas e Capitalistas, nos choca a ponto de provocar profundas indagações ao trazer explícita a ideia de uma infância associada a forma de ver o mundo pelos olhos dos adultos, onde “adultos em miniatura”, uniformizados em suas vestes, padronizados na prática das atividades e jogos, recebem cobranças igualitárias quanto aos resultados avaliativos.  
A organização social desta Escola, com características pós-feudalistas e profundas influências dos dogmatismos religiosos, sobretudo, cristãos, também marcará a  caracterização da realidade escolar de nosso país, conforme apontam os estudos realizados por Clarice Nunes, em seu texto “Os (des) encantos da modernidade pedagógica”.
Já nos primeiros anos de nosso país republicano, ainda marcados pelo acesso eletista à educação, a sociedade brasileira via-se surpreendida pela implantação das primeiras indústrias e sua necessidade latente pela utilização de mão-de-obra especializada, ainda inexistente. Desta forma, a popularização do acesso às Escolas urgia pelo crescimento significativo na quantidade de ofertas, sem que isso tenha se traduzido em igual proporção no que tange a qualidade do ensino que passou a ser ministrado.
Pensando sobre esta escola com funcionalidades ordenadas, regulamentadoras, destinadas ao recolhimento e instrução dos alunos, padronizada em modelos dos séculos passados, lembrei-me da minha formação escolar fundamental e de ensino médio, entre 1987 a 1999, iniciada e finalizada na mesma instituição: meu querido Colégio Estadual Arnaldo Busato, com toda a sua rigidez organizacional, onde “tudo deveria funcionar porque todos éramos responsáveis por zelar pelo bom andamento do público”, conforme costumava nos dizer, incansavelmente, nosso lendário Professor Darci Signor.
Freud, versando sobre os determinantes psíquicos que levam um indivíduo a ter o desejo de aprender, nos diz que este processo está associado as noções de domínio, visão e sublimação, dependendo em grande parte das razões que motivam a busca pelo conhecimento. Para se aprender, é preciso haver uma relação afetuosa, de fascínio mútuo que viabilizem experiências subjetivas e inter-subjetivas. Pois, foi novamente revisitando minhas memórias que lembrei das aulas de Português com a Professora Rachel Martinni e toda a austeridade de suas cobranças em minhas produções textuais, as quais nunca vinham desacompanhadas de elogios à minha dedicação, ao capricho de minha letra ou ainda, sem me surpreender com sua atenção especial para algum detalhe que havia me escapado despercebidamente. Ao realizar a leitura das dedicatórias que costumava deixar ao final das correções de meus trabalhos, sentia uma gostosa sensação de reconhecimento pelos meus esforços, uma sensação que inflava meu ego, deixando no ar as expectativas pela próxima oportunidade em que eu poderia lhe surpreender novamente.
Hoje, trabalho em uma escola marcada pela presença de modelos arquitetônicos e físicos dos séculos passados, igual a tantas outras, onde nós, professores, nos vemos desafiados a não reproduzir os modelos da educação tradicional que recebemos.
Todavia, enquanto leciono, gosto de ser um pouco da Rachel Martinni e um pouco do Darci Signor, porque percebo o quanto que os alunos que nos chegam, necessitam desta postura, em meio a estes novos e heterogênicos contextos socioculturais que caracterizam nossa sociedade pós-moderna e que nos surpreendem dia a dia.
No transcorrer deste semestre, entre as várias propostas de estudo que envolveram conteúdos específicos de cada Interdisciplina, confesso que meu interesse aconteceu de forma mais efetiva com as leituras e reflexões encaminhadas pela Interdisciplina Escolarização, espaço e tempo na perspectiva histórica, muito porque minha primeira formação acadêmica é em Geografia. Além disso, chamou minha atenção o respeito às individualidades que as professoras demonstraram no transcorrer do semestre, seja na brevidade de retornos às atividades, seja pelos encontros presenciais que nos proporcionaram, recheados de linguagens contemporâneas, exemplos práticos e atividades diferenciadas. 
Por este motivo, procurei condensar as aprendizagens que angariei no transcorrer deste semestre e que julguei pertinentemente relevantes, elencando-as na produção de meu Manifesto pela Educação, atividade que realizei sob a forma de um vídeo, posteriormente anexado ao youtube, que pode ser visualizado no seguinte endereço: https://www.youtube.com/watch?v=LQvPzz3e6Jw,  ou ainda, ao final deste, entre os anexos. Penso que esta escolha, ilustra boa parte de minhas perspectivas e pensamentos acerca da forma com que concebo a prática educativa.

3.  MINHA TRAJETÓRIA NO PEAD: ENTRE A SUPERAÇÃO DOS OBSTÁCULOS  E AS PERSPECTIVAS DE FUTURO
Em nossos dias, nossas escolas e todas a amplitude de ambiguidades que foram as constituindo no desenrolar dos tempos modernos, anseiam por olhares de (des) encantos, pois continuam a inspirar contradições, a ansiar pela criação de novos desejos e pela negação de unilateralidades históricas, em meio a este mundo letrado do século XXI, onde nem todos os brasileiros, logram inserção, infelizmente!
Durante este trimestre,  minha trajetória no curso de Pedagogia – Modalidade de Ensino à Distância, fez com que esta premissa se tornasse passível de análise, porque fui convidada a refletir sobre a sociedade pós-moderna em que vivemos, revisitando alguns conceitos e intencionalidades que costumam balizar minhas práticas educativas cotidianas.
No entanto, voltando minha atenção para os obstáculos que perfizeram meu caminho durante este semestre letivo, pontuo dois, em específico: inicialmente, preciso repensar as consequências da constante falta de tempo que minha exaustiva jornada de trabalho (50 horas semanais), tem trazido para minha qualidade de vida. Em segundo lugar, embora ciente das características que fazem parte da Interdisciplina Seminário Integrador II, como o próprio nome sugere, preciso pensar em uma forma de desenvolver a paciência que tais propostas demandam, justamente porque o desenvolvimento de atividades coletivas configura entre as coisas que costumo denominar  como os calcanhares de Aquiles de minha existência.
Em se tratando de didáticas de ensino, foram congratulantes as superações pessoais que a Interdisciplina Fundamentos da Alfabetização me oportunizaram, pois ainda que eu seja professora do Ensino Fundamental, até então, eu não tenho experiência alguma com turmas que estejam nesta importante fase do ensino. Desta forma, o enfoque humanístico com que a professora conduziu suas propostas de atividades, foi algo que me soou profundamente enriquecedor, pois ao passo que instigava minha criatividade, fazia-me atentar para os detalhes que este processo demanda e o quanto é desafiador alfabetizar uma criança.
O processo de aprendizagem, só acontece de forma efetiva quando aliado ao desenvolvimento de novas atitudes e concepções, pois a medida que o indivíduo conscientiza-se de suas potencialidades, vai aprimorando as formas como desempenha  suas diferentes atividades. Desta forma, seria possível sintetizar as reflexões trazidas pela  Interdisciplina O trabalho educacional: conhecimento, aprendizagem e subjetividade, desenvolvimento e aprendizagem sob o enfoque da Psicologia I, em uma única frase: somente aquilo que nos é significativo é que produz aprendizagem.
Mas, como nós, professores, devemos lidar com estas infâncias que nos chegam, a ponto de lhes tornar o conhecimento atrativo, seja ele lógico-matemático, físico, social ou procedural? Por que as crianças que chegam até nossas escolas, não são mais como eram antigamente? Estas, entre outras questões inquietantes, que nos surgem sem trazerem consigo fórmulas eficazes de condutas pedagógicas, pautaram as atividades e leituras da Interdisciplina Infâncias de 0 a 10 anos.
Aos poucos, vemos surgindo novas e diferentes gerações, cheias de características e vontades que em nada, lembram a infância assexuada, preconizada em séculos passados. A naturalização das campanhas de marketing e suas estratégias sutis de sedução, vem incutindo em nossas infâncias a prática consumista cerceadas por valores efêmeros, descartáveis e individualistas, que tendem a eternizar a cultura do “ter”, em detrimento da cultura do “ser”, como, infelizmente, bem percebemos na cultura contemporânea.
Em meio a tudo isso, não há como pensar em perspectivas futuras sem partir do princípio de que é fundamental que a Escola propicie ambientes onde o aluno possa buscar soluções na convivência com os pares, possibilidades de desdobramentos e saídas factíveis, que lhe satisfaçam os desejos e os ensine a lidar com suas frustrações, desenvolvendo noções de respeito pelo próximo e pelo diferente.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Entendo que a aprendizagem é um processo contínuo que se manifesta desde a mais tenra idade e continua a propagar-se ao longo de toda a vida e, por isso, não pode ser concebida tão somente sob esferas padronizadas e hierarquicamente instituídas, dada a sua complexidade.  Enquanto fenômeno intrínseco, é a forma pela qual cada indivíduo social vai (re) configurando suas particularidades, seja a partir de experiências impíricas, seja nas correlações que vai estabelecendo com os diferentes meios.
Fazemos parte desta sociedade marcada pelo predomínio do processo de globalização e pela perversidade do sistema capitalista de produção, sob suas mais diferentes conjecturas. Tais realidades vem colocando por terra muitas daquelas concepções que detínhamos enquanto construções historicamente constituídas, costumeiramente norteadoras de nossas práticas de ensino-aprendizagem.
Nós, professores, assim como nossas crianças, nos encontramos em meio a este cenário confuso e marcado pela invasão de modismos efêmeros, tentando, da melhor forma possível, dar conta de toda a rotina que caracteriza o cotidiano escolar, assim como, de toda a parafernália burocrática que o cerceia.
O que resta, é a dúvida de estarmos conseguindo ou não, dedicarmos a devida atenção a estes indivíduos sociais em formação, estes mesmo que, casualmente, nos surpreendem quando deparamos com  “pessoas invisíveis de papos imprevisíveis”, como ilustra o narrador-personagem da história contada por Paulo Bentancur, em seu livro “O Menino Escondido”.

REFERÊNCIAS

BENTANCUR. Paulo. O menino escondido escondido. Disponível em https://moodle.ufrgs.br/pluginfile.php/1358099/mod_resource/content/2/O%20menino%20escondido.pdf. Acessado em 05 de dezembro de 2015
FISCHER. Rosa Maria, Dispositivo pedagógico da mídia: formas de educar na (e pela) TV. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 28, n. 01, p. 151-162, jan./jun. 2002. Disponível em http://moodle.ufrgs.br/course/view.php?id=34843
FREUD – Análise de uma mente (dublado e com legenda), vídeo disponível em https://www.youtube.com/watch?v=-op3s6s-yw4. Acessado em 05 de dezembro de 2015
JENKS, Chris. Constituindo a criança. Revista Educação, Sociedade e Culturas, n. 17, 2002. Disponível em https://moodle.ufrgs.br/pluginfile.php/1367729/mod_resource/content/1/Texto%20Aula%208%20-%20Jenks.pdf, acessado em 05 de dezembro de 2015.
MOMO. Mariângela. Mídia e consumo na produção da infância pós moderna. REU, Sorocaba, SP, v. 36, p. 67-87, jun. 2010. Disponível em http://moodle.ufrgs.br/pluginfile.php/1356259/mod_rsource/content/2/Texto%20Aulas%203%20e%204%20-%Momo.pdf, acessado em 05 de dezembro de 2015.
NUNES. Clarice. (Des)Encantos da modernidade pedagógica. Disponível em https://moodle.ufrgs.br/pluginfile.php/1352783/mod_resource/content/1/NUNES%2C%20Clarice%20Des%20encantos.pdf, acessado em 05 de dezembro de 2015.
QVORTRUP, Jens. Nove teses sobre a infância como um fenômeno social. Pro-Posições, Campinas, v. 22, n. 1 (64), p. 199-211, jan./abr. 2011. Disponível em http://www.scielo.br/readcube/epdf.php?doi=10.1590/S0103-73072011000100015&pid=S0103-73072011000100015&pdf_path=pp/v22n1/15.pdf&lang=pt, acessado em 05 de dezembro de 2015.
RANGEL. Annamaria Píffero. Alfabetizar  aos seis anos.  Mediação: Porto Alegre, 2008, p. 29 -35, disponível em https://moodle.ufrgs.br/pluginfile.php/1347161/mod_resource/content/1/tipos%20conhec%20livro.pdf, acessado 05 de dezembro de 2015.

VARELA, Júlia & ALVAREZ-URIA, Fernando. A Maquinaria Escolar. In: Teoria e educação, 6, 1992 (p. 01 – 17), disponível em: https://moodle.ufrgs.br/pluginfile.php/1350700/mod_resource/content/2/A%20Maquinaria%20Escolar.pdf, acessado em 05 de dezembro de 2015.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

.. os sons que o X pode ter...

Observação: Como não sou professora alfabetizadora, descreverei as atividades de acordo com a realidade do meu cotidiano pedagógico.

Atividade: Saída de Campo até a cidade de Guaíba, RS

Turmas: Sextos Anos do Ensino Fundamental (em média, 45 alunos)
Conteúdos: Sistemas de transportes públicos da RMPA, A Revolução Farroupilha, Usos e costumes gaúchos, Lago ou Rio Guaíba?, A importância econômica do setor turístico regional, etc.
Data: 15 de setembro de 2015.


1. CONHECIMENTO FÍSICO

Conhecimento físico é aquele em que o aluno manipula, explora os materiais, percebe suas cores, sente suas formas. Na oportunidade em que realizamos nossa saída de campo, nos deslocando de São Leopoldo até a saída de Guaíba, utilizando-se para isso de transportes públicos (Trem, Catamarã e Jardineira), os alunos visitaram os museus da cidade, participaram de atividades da Semana Farroupilha que se realizavam em Guaíba, quando da comemoração dos 180 anos da Tomada de Porto Alegre. 
Então, nestas visitações, conheceram a forma de construção antiga das casas (com sangue de boi e óleo de baleia, pois ainda não existia o cimento), manipularam brinquedos dos guris de antigamente, aprenderam algumas noções de tiro de laço, conversaram com um guasqueiro que lhes ensinou como era feito o trançado das tiras de couro, que eram usados na lida campeira, entre outras coisas, conforme pode-se observar nas imagens na sequência: 

Alunos analisando a construção das paredes antigas do Museu Gomes Jardim, quando ainda era utilizado óleo de baleia e sangue de boi em substituição ao cimento, que não existia em meados  do século XVIII. Era sede da Estância das Pedras Brancas, de propriedade de Gomes Jardim. Foi nesta casa que Bento Gonçalves faleceu.
         
       
2. CONHECIMENTO LÓGICO-MATEMÁTICO

Este tipo de conhecimento decorre do estabelecimento de correlações entre conhecimentos físicos, motores e sociais. Acho que muitas foram as formas que os alunos puderam demandar deste tipo de experiência, pois todas as atividades desenvolvidas precisaram que estivessem sempre atentos ao tempo de deslocamento, produzissem anotações e imagens para agregar ao relatório avaliativo, interagissem com as pessoas que estavam expondo seus conhecimentos para sanar suas dúvidas, estabelecessem correlações entre os fatos relatados com a realidade geográfica de Guaíba em relação a Porto Alegre, etc.

 Alunos aguardando a chegada do trem na Estação São Leopoldo, ansiosos pelo embarque e pela viagem de aproximadamente, 55 minutos, até a Estação Mercado em Porto Alegre.

3. CONHECIMENTO SOCIAL

Como o próprio texto diz, ”trata-se de uma convenção de um grupo social e varia de povo para povo, de grupo para grupo”. Ao passo que os alunos ouviam as histórias de Guaíba e sua importância histórica para os gaúchos, a música gaúcha (que foi tocada ao vivo por um dos alunos da Fábrica de Gaiteiros, que é um projeto social desenvolvido pelo músico Renato Borghetti), observavam objetos históricos que foram manuseados pelos líderes farroupilhas, essas experiências iam se traduzindo neste tipo de conhecimento.
 Alunos observando os pertences de Gomes Jardim, enquanto ouvem as explicações acerca de sua importância enquanto médico-prático durante a Guerra dos Farrapos, procurando registrar todos os detalhes para ilustrar o relatório avaliativo da atividade.



4. CONHECIMENTO MOTOR OU PROCEDURAL


Esse tipo de conhecimento está relacionado a melhoria motora que ocorre quando é feito um exercício. Quanto mais o realizamos, mais automatizado ele fica. Exercício físico foi o que não faltou em nossa saída de campo, justamente porque nosso deslocamento se deu apenas utilizando os meios de transporte público. Então, não faltaram caminhadas, subidas de escadas, pulos e toda aquela agitação que é típica da alegria infantil!


REFERENCIA



RANGEL. Annamaria Píffero. Alfabetizar  aos seis anos.  Mediação: Porto Alegre, 2008, p. 29 -35, disponível em https://moodle.ufrgs.br/pluginfile.php/1347161/mod_resource/content/1/tipos%20conhec%20livro.pdf, acessado em 25 de setembro de 2015.

"A voz do coração" e as postulações freudianas

     A partir dos conceitos que estudamos na Interdisciplina de Desenvolvimento da Aprendizagem sob enfoque da Psicologia, tínhamos de escolher um trailer entre as sugestões e analisarmos as relações estabelecidas em sala de aula. Simpatizei com o filme "A voz do coração", então, passarei a analisá-lo:


      A história do filme está contextualizada a uma França ressentida pelas cicatrizes ainda latentes, resultantes do final da Segunda Guerra Mundial. Propõe reflexões acerca dos métodos de ensino repressores, ministrados em um reformatório para crianças orfãs e delinquentes, onde imperam atitudes autoritárias e imposições pessoais por parte dos professores, prevalecendo um ensino meramente depositário e impessoal, caracterizado pela REPRESSÃO. Em outras palavras, podemos ver uma instituição escolar que rejeita por completo as ideias, pensamentos, lembranças e desejos de seus alunos, como se o ensino catedrático e cientificamente organizado, fosse capaz de substituir, bloquear as angústias que estes indivíduos sociais traziam submergidos em seus INCONSCIENTES.    
       Em contrapartida, a chegada do professor de música Clémente Mathieu vai trazer um novo viés para o desenrolar dos fatos, pois sua postura humanística e afetuosa, atentando para as potencialidades e dificuldades individuais de cada aluno, corroboram de forma determinante para que cada um, compreenda-se importante e portanto, contributivo para o bom andamento coletivo das atividades do coral. Ao promover esta IDENTIFICAÇÃO, os alunos vão construindo suas auto-estimas, veem-se capazes de RACIONALIZAÇÃO  e portanto, de SUBLIMAÇÃO de seus sofrimentos, o que fica claro nos olhares que o menino e Clémente dedicam-se ao final da apresentação.
        Ao vencer o desafio de despertar em seus alunos o DESEJO DE APRENDER, é perceptível o orgulho sentido silenciosamente por Clément, enquanto é observado atentamente pela plateia emocionada, algo parecido com estas sensações congratulantes que sentimos, todas as vezes que percebemos que conseguimos fazer com que o aluno compreenda-se parte do mobiliário de nossa sala de aula, quando lhe propomos a construção de uma Escola que seja capaz de lhe trazer novas perspectivas de futuro.
   
REFERÊNCIAS

A voz do coração. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=ORK6TUndEs4, acesssado em 28 de novembro de 2015.
KUPFER. Maria Cristina. Freud e a educação: o mestre do impossível. Scipione. 1989