Segunda-feira, dia 11 de abril, tivemos nossa primeira Aula Presencial da Interdisciplina Literatura Infanto Juvenil e Aprendizagem.
Ouvi muitas coisas interessantes por parte da professora e das colegas que se faziam presentes. Refletimos sobre a língua portuguesa, a importância de se brincar com a palavra, do quanto as metodologias de ensino devem zelar para que não façam o aluno desgostar da língua pátria.
As aulas de Português precisam ensinar o amor pela escrita e pela leitura. Do contrário, se tornarão chatas e improdutivas.
Então, a professora nos leu alguns fragmentos do poema Ijuca Pirama, escrito por Gonçalves Dias, no século passado (há um curta metragem sobre esta obra que pode ser acessado em https://www.youtube.com/watch?v=ra2yyPLc2Z0). Descobri que ele se compõe de 460 versos, onde é relatada uma história vivenciada em uma tribo indígena, onde o pai, questiona o filho das razões de seu retorno à tribo, já que havia sido sequestrado pelos inimigos da outra nação indígena. Descobre que o mesmo havia implorado que o soltassem e inconformado, o pai lhe amaldiçoa a escolha, já que julga ter sido um ato de fraqueza.
Frente a bravura do filho ao final de uma batalha, o pai demonstra arrependimento.
Trata-se de uma obra indigenista, que nos provoca reflexões acerca da cultura deste povo, das diferentes facetas que possuem as figuras indígenas. Muitas vezes, a figura do índio é lembrada apenas no 19 de abril, de forma simplista, deixando de lado a complexidade cultural que faz parte de universo. Vivemos em uma sociedade que não consegue olhar o índio de outra forma que não seja com estranheza.
Na sequência, assistimos o poema Navio Negreiro, escrito por Castro Alves, declamado por Paulo Autran (disponível em https://www.youtube.com/watch?v=TDzNSWT3258https://www.youtube.com/watch?v=TDzNSWT3258). Conhecido como o poeta dos escravos, os escritos deste poeta nos provocam angústia, sensação de incapacidade, que são potencializados pelas imagens e pela entonação utilizadas em algumas frases.
Os neologismos de "Grandes Sertões Veredas", escrito por João de Guimarães Rosa é o outro texto sob o qual refletimos. (O filme desta obra, produzido em 1965, pode ser visualizado em https://www.youtube.com/watch?v=ysqtc8VUtIc). Não se trata de um livro linear e por isso, demanda muitas leituras para que seja compreendido em essência. O narrador é onipresente. O interlocutor não responde, não se faz presente. Trata-se de uma obra apaixonante, mas que exige compenetração nos detalhes para ser entendida.
Por último, assistimos ao vídeo clip da música "Construção", de Chico Buarque de Holanda (disponível em https://www.youtube.com/watch?v=jzWI_JjFBr0). Particularmente,foi o que mais gostei!
Por trabalhar com rimas o tempo todo, utilizando-se de paroxítonas, é uma obra exímia, pois magistralmente, organiza sonoridade e contextualização, além de questões sociais subentendidas.
Reunidas em grupos, optamos pela releitura de uma das obras. Nosso grupo, acabou optando pela música de Chico Buarque. Então, realizamos uma escrita propondo a inversão das escritas e o resultado ficou muito legal, como você pode observar na sequência:
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