Por si só, a palavra "Projeto", já dá a ideia de que há a
necessidade de se solucionar um problema "X", e para tanto, são
necessários traçar objetivos, os quais nortearão as etapas que virão
futuramente.
Pensar um Projeto de Aprendizagem é reportar-se ao
construtivismo piagetiano, já que em essência, seu propósito é a promoção de
aprendizagens profundas através indagações constantes que buscam o envolvimento
das pessoas em questões e conflitos produtivos e portanto, relevantes às suas
vivências.
Pensado como metodologia de trabalho em sala de aula, o Projeto de
Aprendizagem, segundo Almeida (2000),
"(...) é uma forma de conceber educação que envolve o aluno, o
professor, os recursos disponíveis, inclusive as novas tecnologias, e todas as
interações que se estabelecem nesse ambiente, denominado ambiente de
aprendizagem. Este ambiente é criado para promover a interação entre todos os
seus elementos, propiciar o desenvolvimento da autonomia do aluno e a
construção de conhecimentos de distintas áreas do saber, por meio da busca de
informações significativas para a compreensão, representação e resolução de uma
situação-problema. Fundamenta-se nas ideias piagetianas sobre desenvolvimento e
aprendizagem, inter-relacionadas com outros pensadores, dentre os quais
destacamos Dewey, Freire e Vygotsky."
Entre as características do trabalho desenvolvido com Projeto de
Aprendizagem, podemos destacar a tomada consensual e heterárquica de decisões
quanto a escolha do tema, regras, direções e atividades, baseadas no contexto
do aluno, contrariando as demais formas de trabalhos com projetos que
consideram situações vivenciadas e pontuais.
Além disso, o próprio espaço escolar passa a ser visto em sua essência,
ou seja, como local de compartilhamento de experiências, primados nas relações
interpessoais, longe dos paradigmas uniformizantes, lineares, cadentes e
excludentes defendidos pela pedagogia tradicional. Desta forma, o trabalho com
Projetos de Aprendizagem leva em consideração o universo infantil ou a
adolescência, longe da abdicação do rigor intelectual ou do valor próprio
conhecimento em si. Pelo contrário. Assegura-se de que estes conhecimentos
sejam apropriados de forma significativa e portanto, interessante aos olhos de
todos os envolvidos no processo, o que Cooper denomina como “aprendizagem
ativa”.
Contrariando as tomadas de decisões de
forma heterárquica dos Projetos de Aprendizagem, os Projetos de Ensino, os
professores, juntamente com a coordenação pedagógica escolhem o tema a ser
abordado, arbritam sobre os critérios externos e formais, de acordo com a
organização hierárquica dos conteúdos curriculares. Apesar de denominado como
metodologia globalizadora, o Projeto de Ensino ainda mantém o Professor em seu
papel de agente transmissor de conhecimentos aos alunos, meros receptores de
informação.
A exemplo dos Projetos de Ensino, os
Projetos de Ação compõem-se de um tema norteador, estabelecimento de objetivos,
justificativas que respaldem as ações e metodologias a serem realizadas, bem
como recursos necessários e resultados almejados, os quais são organizados sob
a forma de um cronograma de ações. Todavia, ambos diferem-se com relação ao
tempo de duração, pois se o primeiro, pode ser estabelecido à longo prazo, o
Plano de Ação está mais interessado nos resultados propriamente ditos,
evidenciados em retomadas constantes aos objetivos a que se dedica.
Referências
ALMEIDA.Maria Elizabeth Bianconcini de. Projeto: uma nova
cultura de aprendizagem. Disponível em http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/educacao/0030.html,
acessado em 06 de abril de 2017.
COOPER, Hilary. Aprendendo e ensinando sobre o
passado a crianças de 3 a 8 anos. Educar, Curitiba, v. Especial,
p.171-190, 2006. Disponível em: http://revistas.ufpr.br/educar/article/viewFile/5541/4055,
acessado em 06 de abril de 2017.
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