Semana que se encerra, leva consigo algumas construções muito valiosas com meus alunos.
Iniciei o conteúdo da parte sulista do continente americano, trabalhando com um filme sugerido pelo próprio livro didático, chamado "Diário de Motocicleta", cujo enfoque baseia-se na narrativa de dois jovens que partem para uma aventura através dos países latino-americanos e acabam sendo transformados por aquilo que eles descobrem na estrada, deixando explícita a necessidade humana de auto-descobrir-se enquanto indivíduo, portador de livre arbítrio que norteia suas escolhas éticas e políticas, além de cultivar valores como amizade e da solidariedade.
Produzido em 2004, com recursos financeiros advindos da Argentina, Chile, Brasil, Reino Unido, Peru, EUA, Alemanha e França, tendo Walter Salles na direção, o filme me trouxe uma preocupação: apesar da indicação contemplar a faixa etária de meus alunos, em várias ocasiões, os diálogos contém palavras de baixo calão.
No entanto, ao externar meu ponto de vista, os próprios alunos me "acalmaram", afirmando que não é uma raridade que este tipo de linguagem seja utilizado nos filmes que costumam assistir. Particularmente, achei muito legal esta postura madura da parte deles.
Devo confessar que julguei um filme estruturalmente perfeito, pois os personagens, Che Guevara e seu fiel amigo, Granado, nos convidam de forma bastante sútil, a analisarmos as diferentes realidades sob as quais se constituiu historicamente a construção da América do Sul. Nas palavras do próprio Che Guevara (personagem, cuja biografia embasa o enredo do filme), podemos compreender a essência desta aventura:
"Não se trata de um relato de façanhas impressionantes, é uma parte de duas vidas registradas num momento em que cursaram juntas um determinado trecho, com identidades de aspirações e conjunções de sonhos. Nossa visão foi muito estreita? Muito parcial? Muito precipitada? Nossas conclusões foram rígidas demais?
Talvez…! Mas, este vagar sem rumo por nossa América
maiúscula me mudou mais do que eu pensei.
Eu já não sou eu, pelo menos não mais o mesmo, em meu interior."
(Ernesto Guevara de La Serna)
Caso a curiosidade tenha lhe tomado de repente, podes dar uma olhadinha no trailer do filme por aqui, ó:
Outro detalhe que também me encanta é o fato de a trilha sonora conter uma música de Jorge Drexler, fechando com chave de ouro a sensibilidade com que a história vai acontecendo, apesar de todas as dificuldades geográficas e sociais encontradas pelos personagens ao longo dos acontecimentos. Em leituras que fiz posteriormente, descobri que a canção "Al otro lado del rio" ganhou o Oscar de melhor canção original em 2004, sendo ao primeira em língua espanhola e a segunda em língua estrangeira a ganhar este prêmio.
Abaixo, tu podes conferir um pouquinho do talento deste expoente cultural uruguaio e toda sua simplicidade cativante de quem traduz em sonoridade o que sente. Sugiro que ouça com os olhos e escute com o coração...
Nossa e agora que marcador para essa postagem. Práticas de sala de aula? Vamos pensar juntas marcadores para o teu blog? Te aguardo Ivonete. Abraço, Betynha ;0)
ResponderExcluir.. pensaremos.
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