Se pensarmos a palavra
"maquinaria" em particular, sobretudo a interpretação utilizada pelas
reflexões de Julia Varela e Fernando Alvarez-Uria, perceberemos que esta
designa um conjunto de mecanismos combinados para receber uma forma definida de
energia, transformá-la e restituí-la sob forma mais apropriada, ou para
produzir determinado efeito.
Revisitando nossos
ambientes escolares sob esta ótica, enquanto instituições destinadas para o
"recolhimento e instrução da juventude", conforme apontam estes
mesmos autores em suas reflexões, não é difícil estabelecermos coligações entre
aquela realidade constatada no século XVI com a de nossos dias.
Mas, até que
ponto este "comodismo institucional" tem sido válido para a
qualificação do ensino nas Escolas?
Esse ostracismo, que
delega autoridades legitimadas aos professores e que ao mesmo tempo, é
tido como espécie de "tábua de salvação", tem seu papel
minimamente reconhecido pela sociedade, sem que isso se traduza na inexistência
de questionamentos quanto à eficácia das didáticas de ensino que são
utilizadas.
Entretanto, ainda que
tente modificar sua atuação profissional revisitando constantemente suas
práticas pedagógicas, dando-lhes um caráter mais emancipatório no que tange ao
desenvolvimento dos alunos, muitas vezes o professor ainda encontra outro
desafio: esquivar-se de comentários pouco construtivos daqueles que dizem-lhe estar
tentando "inventar a roda" e que nem de longe, percebem-se
engrenagens desta mesma maquinaria escolar, vítimas ou não.
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