Se aprender é uma aventura, então por que
não deixar a ludicidade fazer parte deste desafio?
Acho que esta frase ilustra bem os parâmetros norteadores que
serão utilizados durante as propostas de atividades que realizaremos nesta
Interdisciplina, a julgar pelo nosso primeiro Encontro Presencial.
Após as apresentações das Professoras, fomos
convidadas a atentar para os diálogos de dois pequenos vídeos. O primeiro e
mais breve, chamado “A natureza brincante” (disponível em https://www.google.com.br/?gws_rd=ssl#q=a+natureza+brincante),
traz em seu próprio título uma indagação: refere-se ao caráter que a própria
natureza adquire durante as brincadeiras infantis ou à característica
intrínseca de cada criança ao afirmar que gosta de brincadeiras? Tal
dissociação torna-se impossível ao passo que as imagens passam a ser mostradas:
crianças brincam ao ar livre, conectando experiências, conhecimentos e
socialização.
Já
a segunda produção, “O fim do recreio”, (disponível em https://www.youtube.com/watch?v=t0s1mGQxhAI&nohtml5=False )
apresenta-se versada em diálogos simples, entre crianças de uma escola
curitibana, preocupadas com a possibilidade eminente da extinção do Recreio da
grade escolar, graças a interpretação errônea de um projeto de lei, em trâmite
no Congresso Nacional.
As reflexões apontadas por ambas as produções confluem-se
às frases do poema de “Apenas brincando”, escrito por Anita Wadley (disponível
em https://www.youtube.com/watch?v=FIOJaYlEnCU ),
explicitando a necessidade de os adultos atentarem para a importância das
brincadeiras para o desenvolvimento infantil, pois antes de mais nada, também
significam uma forma de aprendizagem.
Então se o brincar é a arte de aprender, sem se dar por conta,
faz-se importante que nós professores estejamos atentos à qualidade de nossas
intervenções nos momentos lúdicos, às abordagens de ensino que utilizamos, pois
muitas vezes, são as as únicas oportunidades de socialização que os alunos
possuem. Desta forma, ao dirigirmos as brincadeiras, é preciso atentarmos para
que a criatividade possa fluir espontaneamente. Não significa que a nossa
intenção pedagógica não deva ser importante, mas sim, que ela não deve ser um
critério determinante ao propormos as brincadeiras aos nossos alunos.
Lendo a questão sobre a importância do brincar, lembrei de
uma música da Maria Bethânia, chamada "Brincar de viver". Além de
adorar sua melodia, a letra me parece singularmente inspiradora quando nos diz
que (...) a história não tem fim /Continua sempre que você responde: SIM / À
sua imaginação / À arte de sorrir cada vez que o mundo diz:
NÃO."
Em meu ponto de vista, aí reside um dos maiores
legados que a ludicidade infantil nos incute ao fazer parte de nosso
desenvolvimento: a arte de não ter de levar a vida assim, SEMPRE tão a
sério!
Quando brincávamos era comum utilizarmos frases como:
"Agora, é a sua vez.", "Me dá a mão!"; "Venha, você
consegue!" ou ainda, "A gente podia fazer assim..." Sem
nem conhecermos a palavra "socialização", sabíamos que era importante
respeitar o outro, ao mesmo tempo que tomávamos decisões, desenvolvíamos nossa
motricidade, dávamos asas à criatividade e deixávamos fluir a imaginação!
Ser adulta, às vezes, é muito chato! Horas assim,
gosto de conversar com a minha criança de dentro. Ela sempre me dá a mão, me
conforta e diz que vamos conseguir dar conta de tudo!