quinta-feira, 28 de abril de 2016

Hábitos cotidianos para a manutenção vocal:


     


        

  Dentre todas as circunstâncias demonstradas no transcorrer deste filme, chamado "Minha voz, minha vida", uma chamou minha atenção em particular: Se eu fosse a professora que estava no consultório, respondendo aos questionamentos feitos pelo médico, algumas de minhas respostas também seriam afirmativas, pois constantemente sinto cansaço vocal, garganta seca e percebo que às vezes, tenho problemas para falar baixo. Neste sentido, acho que preciso atentar para a forma como veio realizando minhas exposições orais, embora costume as intercalar com boas doses de água e participações por parte dos alunos.
    Todavia, não tenho o hábito de gritar para chamar a atenção pois já no início do ano letivo, fazemos combinados para as nossas aulas e estes, costumam dar certo, por exemplo: quando as conversas estão sendo demasiadamente altas, levanto os dedos de uma mão e vou os abaixando progressivamente. Caso todos os dedos fiquem abaixados, os alunos sabem que não considerarei as possibilidades de saída de campo para a turma, uma vez que não cumpriram com a sua parte do combinado. É sabido que maçãs são ótimas para a manutenção da qualidade vocal. Talvez por isso, estão tradicionalmente, ligadas  às imagens dos professores. Embora eu saiba que estou errada,  a ingestão de frutas tem sido meu “calcanhar de Aquiles”, infelizmente.


quinta-feira, 21 de abril de 2016

"Tudo na vida, há de passar. Somente a música, há de ficar!"

    Já na apresentação, as professoras Leda Maffiolettie  e Luciane Cuervo deram-me a impressão de que nos trariam muitas novidades. Então, não me surpreendeu quando nos propuseram que faríamos uma acolhida sob a forma de ciranda. Ficamos sabendo que a ciranda tem o objetivo de extravasar as energias. 
   Então, conversamos sobre a voz, que nunca é tarde para cuidarmos dela e que para tanto, precisamos estar atentos a detalhes simples como postura e respiração.
     A musicalidade é parte de todos os seres humanos e as experiências com a música e com o folclore infantil nos prestam identidade. O contexto cultural influencia no gosto musical. Então, ficamos sabendo que Música, Cultura e Educação são eixos que se interligam e que serão os focos de estudos desta Interdisciplina.
    Ao trabalharmos com música em sala de aula, precisamos ir além das trivialidades que nos são oferecidas pelos modismos midiáticos.

     A entonação vocal e sua importância
  
    Voluntariamente, algumas colegas participaram de uma atividade simples, onde deveriam utilizar-se de diferentes entonações vocais para uma única frase. 
    Então, após refletirmos sobre a forma como concebemos as informações que recebemos, de acordo com a percepção vocal, a professora passou a falar sobre a importância da música.
   As pinturas rupestres e artefatos históricos dão conta de fazeres musicais, como apontado nas pinturas da Dança de Cogul, nas paredes da caverna de mesmo nome, na Espanha.
   Seja em ambientes sociais mais eletistas e hierarquizados, seja nas classes mais inferiores, a música sempre se fez presente, à exemplo da cultura indígena, onde é algo crucial e marcantes em quase todos os rituais.
  Em vários lugares, em tempos remotos, são encontrados artefatos que lembram instrumentos musicais. 
    Quando pensamos na importância da música para os seres humanos, basta dizer que a audição, já ocorre desde os nossos primeiros 5 meses de gestação e por isso, é considerado o nosso primeiro e último sentido vital.
    É fundamental que desde cedo, tenhamos nossa cultura musical sendo estimulada, pois quando curtimos uma música, nosso cérebro libera dopamina, substância química ligada a sensação de prazer.

    Mitos sobre a musicalidade

    Há muitos mitos sobre a musicalidade: "Musicalidade é um dom!" Apesar de o ser, há uma série de fatores, que perpassam pela genética e pela cultura e que podem nos fazer desenvolver a musicalidade.
   "Estou muito velha para aprender!" Nosso cérebro está apto a aprender em qualquer momento de nossa vida. Quando envelhecemos, ele desenvolve uma maior capacidade de fazer associações neurais, mas precisa ser estimulado para desenvolver-se.
   "Ouvir Mozart deixa a criança mais inteligente!" O fato de estarmos pensando em uma música já é fato responsável por promover o engajamento de todas a nossa capacidade cognitiva. 
   "Há uma região específica que sabe ler partitura, mas não sabe música!" Prova de que tal afirmação está errada são aqueles instrumentistas e cantores que produzem música sem nem precisar de partituras, a exemplo de Yamandú Costa.
  "Não sabe tocar um instrumento, não sabe música!" Hoje em dia, está mais fácil o acesso à aprendizagem de instrumentos, mas é necessária muita dedicação.
  Sabe-se que a habilidade musical melhora em 40% a habilidade de leitura, pois comungam dos mesmos mecanismos neurais!
   Somos dotados de uma função cerebral chamada de plasticidade neuronal, ou seja, é a capacidade que nosso cérebro  possui de adaptar-se constantemente às novas aprendizagens.

    Audição Humana

  Ouvimos até 20.000 hertz. A perda auditiva é definitiva e consequente da idade. Porém, este problema pode ser potencializado com a utilização indevida de sons em volume alto!

   No filme acima, "Minha voz, minha vida", são demonstrados diferentes professores, com diferentes locuções vocais.
  Nossa identidade fica abalada quando perdemos nossa voz, mas há diferentes técnicas que podem nos auxiliar eficientemente no nosso dia-a-dia, como por exemplo, exercícios respiratórios.
   Usamos nossa voz para chorar, gritar, cantar, conversar, etc. Trata-se de um de nossos principais meios de comunicação. 
    No entanto, o uso abusivo e descontrolado de nossas capacidades vocais, podem causar lesões nas cordas vocais, que podem evoluir para graves doenças. O cigarro, o álcool, irritantes químicos, maus uso, infecções mal curadas, ressecamentos constantes, são alguns dos inimigos de nossa voz!

   


   
    

quinta-feira, 14 de abril de 2016

Sobre a primeira aula de Literatura Infanto Juvenil e Aprendizagem

     Segunda-feira, dia 11 de abril, tivemos nossa primeira Aula Presencial da Interdisciplina Literatura Infanto Juvenil e Aprendizagem. 
     Ouvi muitas coisas interessantes por parte da professora e das colegas que se faziam presentes. Refletimos sobre a língua portuguesa, a importância de se brincar com a palavra, do quanto as metodologias de ensino devem zelar para que não façam o aluno desgostar da língua pátria.
      As aulas de Português precisam ensinar o amor pela escrita e pela leitura. Do contrário, se tornarão chatas e improdutivas.
      Então, a professora nos leu alguns fragmentos do poema Ijuca Pirama, escrito por Gonçalves Dias, no século passado (há um curta metragem sobre esta obra que pode ser acessado em https://www.youtube.com/watch?v=ra2yyPLc2Z0). Descobri que ele se compõe de 460 versos, onde é relatada uma história vivenciada em uma tribo indígena, onde o pai, questiona o filho das razões de seu retorno à tribo, já que havia sido sequestrado pelos inimigos da outra nação indígena. Descobre que o mesmo havia implorado que o soltassem e inconformado, o pai lhe amaldiçoa a escolha, já que julga ter sido um ato de fraqueza.    
         Frente a bravura do filho ao final de uma batalha, o pai demonstra arrependimento. 
       Trata-se de uma obra indigenista, que nos provoca reflexões acerca da cultura deste povo, das diferentes facetas que possuem as figuras indígenas. Muitas vezes, a figura do índio é lembrada apenas no 19 de abril, de forma simplista, deixando de lado a complexidade cultural que faz parte de universo. Vivemos em uma sociedade que não consegue olhar o índio de outra forma que não seja com estranheza.
       Na sequência, assistimos o poema Navio Negreiro, escrito por Castro Alves, declamado por Paulo Autran (disponível em https://www.youtube.com/watch?v=TDzNSWT3258https://www.youtube.com/watch?v=TDzNSWT3258). Conhecido como o poeta dos escravos, os escritos deste poeta nos provocam angústia, sensação de incapacidade, que são potencializados pelas imagens e pela entonação utilizadas em algumas frases.
        Os neologismos de "Grandes Sertões Veredas", escrito por João de Guimarães Rosa é o outro texto sob o qual refletimos. (O filme desta obra, produzido em 1965, pode ser visualizado em https://www.youtube.com/watch?v=ysqtc8VUtIc). Não se trata de um livro linear e por isso, demanda muitas leituras para que seja compreendido em essência. O narrador é onipresente. O interlocutor não responde, não se faz presente. Trata-se de uma obra apaixonante, mas que exige compenetração nos detalhes para ser entendida. 
       Por último, assistimos ao vídeo clip da música "Construção", de Chico Buarque de Holanda (disponível em https://www.youtube.com/watch?v=jzWI_JjFBr0). Particularmente,foi o que mais gostei!  
       Por trabalhar com rimas o tempo todo, utilizando-se de paroxítonas, é uma obra exímia, pois magistralmente, organiza sonoridade e contextualização, além de questões sociais subentendidas.
          Reunidas em grupos, optamos pela releitura de uma das obras. Nosso grupo, acabou optando pela música de Chico Buarque. Então, realizamos uma escrita propondo a inversão das escritas e o resultado ficou muito legal, como você pode observar na sequência:
        
    
            
  
         

quinta-feira, 7 de abril de 2016

O Lúdico e a Aprendizagem


   
 Se aprender é uma aventura, então por que não deixar a ludicidade fazer parte deste desafio?
      Acho que esta frase ilustra bem os parâmetros norteadores que serão utilizados durante as propostas de atividades que realizaremos nesta Interdisciplina, a julgar pelo nosso primeiro Encontro Presencial.
      Após as apresentações das Professoras, fomos convidadas a atentar para os diálogos de dois pequenos vídeos. O primeiro e mais breve, chamado “A natureza brincante” (disponível em https://www.google.com.br/?gws_rd=ssl#q=a+natureza+brincante), traz em seu próprio título uma indagação: refere-se ao caráter que a própria natureza adquire durante as brincadeiras infantis ou à característica intrínseca de cada criança ao afirmar que gosta de brincadeiras? Tal dissociação torna-se impossível ao passo que as imagens passam a ser mostradas: crianças brincam ao ar livre, conectando experiências, conhecimentos e socialização.
 Já a segunda produção, “O fim do recreio”, (disponível em https://www.youtube.com/watch?v=t0s1mGQxhAI&nohtml5=False ) apresenta-se versada em diálogos simples, entre crianças de uma escola curitibana, preocupadas com a possibilidade eminente da extinção do Recreio da grade escolar, graças a interpretação errônea de um projeto de lei, em trâmite no Congresso Nacional.
       As reflexões apontadas por ambas as produções confluem-se às frases do poema de “Apenas brincando”, escrito por Anita Wadley (disponível em https://www.youtube.com/watch?v=FIOJaYlEnCU ), explicitando a necessidade de os adultos atentarem para a importância das brincadeiras para o desenvolvimento infantil, pois antes de mais nada, também significam uma forma de aprendizagem.
      Então se o brincar é a arte de aprender, sem se dar por conta, faz-se importante que nós professores estejamos atentos à qualidade de nossas intervenções nos momentos lúdicos, às abordagens de ensino que utilizamos, pois muitas vezes, são as as únicas oportunidades de socialização que os alunos possuem. Desta forma, ao dirigirmos as brincadeiras, é preciso atentarmos para que a criatividade possa fluir espontaneamente. Não significa que a nossa intenção pedagógica não deva ser importante, mas sim, que ela não deve ser um critério determinante ao propormos as brincadeiras aos nossos alunos.     
      Lendo a questão sobre a importância do brincar, lembrei de uma música da Maria Bethânia, chamada "Brincar de viver". Além de adorar sua melodia, a letra me parece singularmente inspiradora quando nos diz que (...) a história não tem fim /Continua sempre que você responde: SIM / À  sua imaginação / À arte de sorrir cada vez que o mundo diz: NÃO." 
       Em meu ponto de vista, aí reside um dos maiores legados que a ludicidade infantil nos incute ao fazer parte de nosso desenvolvimento:  a arte de não ter de levar a vida assim, SEMPRE tão a sério!
        Quando brincávamos era comum utilizarmos frases como: "Agora, é a sua vez.", "Me dá a mão!"; "Venha, você consegue!" ou ainda, "A gente podia fazer assim..."   Sem nem conhecermos a palavra "socialização", sabíamos que era importante respeitar o outro, ao mesmo tempo que tomávamos decisões, desenvolvíamos nossa motricidade, dávamos asas à criatividade e deixávamos fluir a imaginação!

       Ser adulta, às vezes, é muito chato! Horas assim, gosto de conversar com a minha criança de dentro. Ela sempre me dá a mão, me conforta e diz que vamos conseguir dar conta de tudo!