quarta-feira, 23 de novembro de 2016

"Máquina Sabe Tudo" / Desafio Geográfico: Relatório

Inicialmente, os alunos foram orientados de que deveriam criar uma máquina com materiais recicláveis, que serviria ao propósito de ser uma "Sabe Tudo", conforme pode-se observar na imagem ao lado.

Finalizada esta fase, os alunos do sétimo ano foram orientados de que deveriam criar situações matemáticas envolvendo questões de adições e subtrações, considerando nestes momentos, informações geográficas do gênero: densidades demográficas, extensões territoriais, populações relativas, extensões de rios, quantidades de municípios, etc.
Importante frisar que todas as questões deveriam levar em consideração a realidade brasileira sob os mais diferentes aspectos. Por este motivo, duas das aulas precisaram ser desenvolvidas nas salas de EVAM (Espaço Virtual de Aprendizagens em Mídias).
Nestas aulas, apesar de ter um bom conhecimento do Sistema Linux, alguns alunos optaram por realizar as atividades de forma manuscrita, transcrevendo suas produções em seus cadernos.
Cada aluno criou em média, 3 situações-problemas, com múltiplas escolhas, atentando para o fato de que apenas uma das alternativas ser apontada como a correta. Além disso, estávamos em um dia chuvoso e, talvez em função das condições atmosféricas, a velocidade de conexão da internet de nossa Escola deixou a desejar neste dia, em grande parte dos períodos que estávamos em aula. Isso também gerou reflexos na quantidade de questões que foram elaboradas.
Abaixo, seguem alguns exemplos de situações criadas pelos alunos:

Atualmente, o território brasileiro possui 5.570 municípios, ou seja, supera em 3.996 a quantidade constatada em 1.940, segundo o IBGE. Sendo assim, o total de municípios brasileiros na década de 1.940 era de:

               a) 1.574  (correta)          b) 1.889          c) 1.567           d) 1.620

Para ir de Porto Alegre até Gramado, Elisa precisa continuar seguidno pela BR 116, percorrendo mais 43 km a partir da cidade de Dois Irmãos para chegar ao seu destino final. Sabendo que o território dois-irmãosense se localiza a 60 km de POA, podemos estabelecer a ser percorrida por Elisa em:

               a) 110 km          b) 103 km (correta)          c) 190 km          d) 160 km

Um aspecto interessante a se ressaltar foi o coletivismo dos alunos ao produzirem suas questões, auxiliando-se mutuamente, ou ainda, intervindo criticamente nas produções. 
Nas próximas aulas que tivemos, desenvolvemos as atividades em sala, renomeando-a de "Desafio Geográfico", conforme sugestão dos próprios alunos. 
Conforme pode-se observar na imagem ao lado, as fichas foram colocadas na Máquina Sabe Tudo, sem que anteriormente, passassem por correções de minha parte, justamente porque entendo que esta parte avaliativa deveria ser conferida aos próprios alunos ao passo que a atividade fosse sendo desenvolvida.
Um outro aspecto a se ressaltar é que, por não possuírem impressoras em casa, alguns alunos optaram por transcrever suas questões em folhas de A4, obdecendo os tamanhos que havíamos combinado como "padrões" para nossas fichas : 10cm de comprimento X 7 cm de largura.
Por se tratarem de adolescentes e que seria constrangedor ficar com tinta no rosto, marcando que perderam a rodada, sugeri que substituíssemos a "prenda" por um "X" na mão e, que ao final, o prêmio "mão limpa", seria ganhar o conceito máximmo da disciplina em um último trabalho (em nosso caso, MS = Muito Satisfatório), nem necessitar realizá-lo.
Como este último trabalho incluía a elaboração de uma maquete, englobando pesquisa e apresentação, percebi que a competição tornou-se bastante acirrada entre as equipes, entituladas respectivamente, "A" e "B".
Como havia número ímpar de alunos na sala neste dia, um dos alunos, voluntariamente, ofereceu-se para ficar de fora da brincadeira. Como se tratava do monitor da turma, então lhe sugeri que fosse o responsável por mediar a competição, deixando claro que para tanto, também ganharia a abstenção da necessidade de realizar o trabalho, acumulando o conceito máximo no mesmo. 
Esclarecidas as regras, começou a competição, como podemos observar na imagem ao lado.
As primeiras questões, as primeiras participações foram meio confusas, porque alguns alunos pareceram não ter entendido as combinações, insistindo em soprar as respostas para os colegas, justamente porque foram eles quem haviam elaborado as questões.
Este momento necessitou que houvesse intervenção de minha parte, chamando a atenção para a obediência às regras que havíamos combinado inicialmente.
Outra questão que suscitou controvérsias foi a combinação de que a pessoa que batesse primeiro na mesa é que teria o direito de resposta, pois muitas vezes, isso ocorreu simultaneamente.
Desta forma, são dois aspectos que necessitam ser revistos para uma próxima oportunidade, de modo que fiquem visualmente mais perceptíveis nestas situações conflitivas.
Entretanto, um aspecto peculiar desta atividade foi a integração dos próprios alunos na resolução das atividades que eram propostas, fator que inclusive se fez presente nas considerações elaboradas ao final da atividade, por grande parte dos alunos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS



As palavras da aluna, ilustram a unanimidade por parte da turma em expressar seu contentamento com esta proposta de trabalho diferenciado, embora a escassez de tempo tenha nos obrigado a fazer uma única rodada da mesma. Isso é totalmente compreensível já que se trata de uma atividade com a qual, ainda estavam se ambientando.
Via de regra, outra questão que me chamou a atenção diz respeito às discussões com relação aos resultados que os colegas propunham para as atividades e aqueles originados dos cálculos dos demais.
Confrontadas e utilizando recursos como a calculadora de seus celulares, estas ocasiões repetiram-se algumas vezes, sendo que em nenhuma delas, houve intervenção da minha parte.
A regra final e coletivamente acordada, estabeleceu-se no fato de que, aquelas questões que gerassem polêmica demasiada, deveriam ser substituídas por outras, pois do contrário, não sobraria tempo para se chegar ao prêmio "mão limpa".
Faltando alguns minutos para finalizar a aula, enquanto reorganizavam mesas e cadeiras em seus lugares, foi possível perceber vários comentário entre os alunos, que dividiam-se em cumprimentar a colega Sara por ter ganhado o prêmio ou ainda, insistiam em reiterar dados das situações-problemas para repensar as respostas. Houveram ainda aqueles que vieram atpe mim, solicitar que além da Matemática, eu também agregasse disciplinas como Religião, Ciências, Inglês, Português, Música, desafiando-os a "encontrar a Geografia" nestas outras áreas do conhecimento.
Foi sem dúvidas, uma atividade muito enriquecedora, uma experiência muito produtiva para todos que se envolveram!

REFERÊNCIAS

COSTA. Carolina. Somar e subtrair: operações irmãs. Disponível em: http://acervo.novaescola.org.br/matematica/fundamentos/somar-subtrair-operacoes-irmas-500497.shtml, acessado em 27 de novembro de 2016.


SMOLE. Kátia Stocco; MUNIZ. Cristiano Alberto. A matemática em sala de aula: reflexões e propostas para os anos iniciais. Disponível em http://moodle.ufrgs.br/pluginfile.php/1713676/course/section/1269614/bittar_freitas_pais_cap1.pdf, acessado em 27 de novembro de 2016.

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