Inicialmente, os alunos
foram orientados de que deveriam criar uma máquina com materiais recicláveis,
que serviria ao propósito de ser uma "Sabe Tudo", conforme pode-se
observar na imagem ao lado.
Finalizada esta fase, os
alunos do sétimo ano foram orientados de que deveriam criar situações
matemáticas envolvendo questões de adições e subtrações, considerando nestes
momentos, informações geográficas do gênero: densidades demográficas, extensões
territoriais, populações relativas, extensões de rios, quantidades de
municípios, etc.
Importante frisar que todas
as questões deveriam levar em consideração a realidade brasileira sob os mais
diferentes aspectos. Por este motivo, duas das aulas precisaram ser
desenvolvidas nas salas de EVAM (Espaço Virtual de Aprendizagens em Mídias).
Nestas aulas, apesar de ter
um bom conhecimento do Sistema Linux, alguns alunos optaram por realizar as
atividades de forma manuscrita, transcrevendo suas produções em seus cadernos.
Cada
aluno criou em média, 3 situações-problemas, com múltiplas escolhas, atentando
para o fato de que apenas uma das alternativas ser apontada como a correta.
Além disso, estávamos em um dia chuvoso e, talvez em função das condições
atmosféricas, a velocidade de conexão da internet de nossa Escola deixou a
desejar neste dia, em grande parte dos períodos que estávamos em aula. Isso
também gerou reflexos na quantidade de questões que foram elaboradas.
Abaixo,
seguem alguns exemplos de situações criadas pelos alunos:
Atualmente, o território
brasileiro possui 5.570 municípios, ou seja, supera em 3.996 a quantidade
constatada em 1.940, segundo o IBGE. Sendo assim, o total de municípios
brasileiros na década de 1.940 era de:
a) 1.574 (correta) b) 1.889 c) 1.567 d) 1.620
Para ir de Porto Alegre até
Gramado, Elisa precisa continuar seguidno pela BR 116, percorrendo mais 43 km a
partir da cidade de Dois Irmãos para chegar ao seu destino final. Sabendo que o
território dois-irmãosense se localiza a 60 km de POA, podemos estabelecer a
ser percorrida por Elisa em:
a) 110 km b) 103 km (correta) c) 190 km d) 160 km
Um aspecto interessante a se
ressaltar foi o coletivismo dos alunos ao produzirem suas questões,
auxiliando-se mutuamente, ou ainda, intervindo criticamente nas
produções.
Nas próximas aulas que
tivemos, desenvolvemos as atividades em sala, renomeando-a de "Desafio
Geográfico", conforme sugestão dos próprios alunos.
Conforme pode-se observar na
imagem ao lado, as fichas foram colocadas na Máquina Sabe Tudo, sem que anteriormente,
passassem por correções de minha parte, justamente porque entendo que esta
parte avaliativa deveria ser conferida aos próprios alunos ao passo que a
atividade fosse sendo desenvolvida.
Um
outro aspecto a se ressaltar é que, por não possuírem impressoras em casa,
alguns alunos optaram por transcrever suas questões em folhas de A4, obdecendo
os tamanhos que havíamos combinado como "padrões" para nossas fichas
: 10cm de comprimento X 7 cm de largura.
Por se tratarem de
adolescentes e que seria constrangedor ficar com tinta no rosto, marcando que
perderam a rodada, sugeri que substituíssemos a "prenda" por um
"X" na mão e, que ao final, o prêmio "mão limpa", seria
ganhar o conceito máximmo da disciplina em um último trabalho (em nosso caso,
MS = Muito Satisfatório), nem necessitar realizá-lo.
Como este último trabalho
incluía a elaboração de uma maquete, englobando pesquisa e apresentação,
percebi que a competição tornou-se bastante acirrada entre as equipes,
entituladas respectivamente, "A" e "B".
Como havia número ímpar de
alunos na sala neste dia, um dos alunos, voluntariamente, ofereceu-se para
ficar de fora da brincadeira. Como se tratava do monitor da turma, então lhe
sugeri que fosse o responsável por mediar a competição, deixando claro que para
tanto, também ganharia a abstenção da necessidade de realizar o trabalho,
acumulando o conceito máximo no mesmo.
Esclarecidas as regras,
começou a competição, como podemos observar na imagem ao lado.
As primeiras questões, as
primeiras participações foram meio confusas, porque alguns alunos pareceram não
ter entendido as combinações, insistindo em soprar as respostas para os
colegas, justamente porque foram eles quem haviam elaborado as questões.
Este momento necessitou que
houvesse intervenção de minha parte, chamando a atenção para a obediência às
regras que havíamos combinado inicialmente.
Outra questão que suscitou
controvérsias foi a combinação de que a pessoa que batesse primeiro na mesa é
que teria o direito de resposta, pois muitas vezes, isso ocorreu
simultaneamente.
Desta forma, são dois
aspectos que necessitam ser revistos para uma próxima oportunidade, de modo que
fiquem visualmente mais perceptíveis nestas situações conflitivas.
Entretanto, um aspecto
peculiar desta atividade foi a integração dos próprios alunos na resolução das
atividades que eram propostas, fator que inclusive se fez presente nas
considerações elaboradas ao final da atividade, por grande parte dos alunos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As palavras da aluna,
ilustram a unanimidade por parte da turma em expressar seu contentamento com
esta proposta de trabalho diferenciado, embora a escassez de tempo tenha nos
obrigado a fazer uma única rodada da mesma. Isso é totalmente compreensível já
que se trata de uma atividade com a qual, ainda estavam se ambientando.
Via de regra, outra questão
que me chamou a atenção diz respeito às discussões com relação aos resultados
que os colegas propunham para as atividades e aqueles originados dos cálculos
dos demais.
Confrontadas e utilizando
recursos como a calculadora de seus celulares, estas ocasiões repetiram-se
algumas vezes, sendo que em nenhuma delas, houve intervenção da minha parte.
A regra final e
coletivamente acordada, estabeleceu-se no fato de que, aquelas questões que
gerassem polêmica demasiada, deveriam ser substituídas por outras, pois do
contrário, não sobraria tempo para se chegar ao prêmio "mão limpa".
Faltando alguns minutos para
finalizar a aula, enquanto reorganizavam mesas e cadeiras em seus lugares, foi
possível perceber vários comentário entre os alunos, que dividiam-se em
cumprimentar a colega Sara por ter ganhado o prêmio ou ainda, insistiam em
reiterar dados das situações-problemas para repensar as respostas. Houveram
ainda aqueles que vieram atpe mim, solicitar que além da Matemática, eu também agregasse
disciplinas como Religião, Ciências, Inglês, Português, Música, desafiando-os a
"encontrar a Geografia" nestas outras áreas do conhecimento.
Foi sem dúvidas, uma
atividade muito enriquecedora, uma experiência muito produtiva para todos que
se envolveram!
REFERÊNCIAS
COSTA.
Carolina. Somar e subtrair: operações irmãs. Disponível em: http://acervo.novaescola.org.br/matematica/fundamentos/somar-subtrair-operacoes-irmas-500497.shtml,
acessado em 27 de novembro de 2016.
SMOLE. Kátia Stocco; MUNIZ. Cristiano Alberto. A matemática em sala de aula: reflexões e propostas para os anos iniciais. Disponível em http://moodle.ufrgs.br/pluginfile.php/1713676/course/section/1269614/bittar_freitas_pais_cap1.pdf, acessado em 27 de novembro de 2016.
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