terça-feira, 28 de março de 2017

Ahhhh, a Páscoa!!!


     Pedi aos meus alunos que trouxessem um pote de sorvete vazio, com um bom tempo de antecedência, pois, com eles, fabricaríamos nossos ninhos de Páscoa. E foi o que fizeram: 25 potes, trazidos até a data marcada. Mas e aí? Aí que a data foi se aproximando e eles ficaram apavorados porque os potes haviam "sumido"...                                              
         "-Bah, Sora! E agora? Não vai dar tempo de trazer mais potes de novo!"                                              "-Sora, será que foram os alunos da manhã que pegaram nossos potes? Eu me lembro bem como era o meu!"                                                                    
       Tempo passando, trabalhos sobre a Páscoa, decoração pasqualina pela Escola, propagandas de mercado, coelhinhos para todos os lados...  e os potes?! Nada! Eu, quieta, só observando a reação deles. Bem sabia que havia mais de uma semana, não ia dormir antes das 3 horas da manhã, recortando, pintando, colando, montando, produzindo...

       
       Tenho destas coisas... Vi, gostei, vou fazer! Depois, é que vejo o quão trabalhoso é a tal da coisarada toda! E quem disse que eu conseguia encontrar os 25 puxadores exatamente iguais para todo mundo?! Afff... Que novela!!! 
       Na quarta-feira, todos estavam silenciosos... até meio tristes... porque não tinham nem ouvido falar no fim que haviam dado nos tais potes...
       Aí, com auxílio de duas queridas amigas e do meu namorado (para quem Deus deu uma paciência de monge budista, pra minha sorte!), levei todos os potes, agora ninhos para serem utilizados como porta-trecos depois! 
         Em meio a aula de resolução de situações-problemas, saí dizendo que ia à biblioteca. Depois, que escondi todos os ninhos, voltei para a sala, fiz algumas combinações. O resultado da "empreitada, você pode conferir no vídeo em anexo, ou ainda, nas carinhas de cada um, na foto abaixo! 
       Como foi gostosa a sensação desta tarde! Só eu sei o quanto fiquei feliz com cada abraço e carinho que recebi de volta!! Oxalá, tenhamos mais oportunidades de dias assim! 
          Tiramos mmmmuittass fotos!!!
    






terça-feira, 21 de março de 2017

Enfim, ganhei minha turma!

(Alguns dos "meus", em nosso "bailinho de Carnaval")

     Aprendi com a minha mãe que, quando queremos alguma coisa de verdade, todos os anjos conspiram para que tudo aconteça! Pois esta, é a exata sensação que tive ao iniciar o ano letivo de 2017!
     Após trabalhar três anos nesta Escola, na condição de R2 (professora responsável pelas disciplinas de Artes, Religião, Cidadania, Música e Geografia de um sexto ano, diga-se de passagem!), finalmente, ganhei o MEU terceiro ano! Minhas 25 crianças!
       Não que eu não tenha gostado de minhas experiências anteriores e, modéstia a parte, sempre fui muito elogiada pelo capricho e dedicação que me proponho ao sugerir as atividades aos meus alunos. Entretanto, sabe quando você quer aquela "turma pra chamar de tua"? 
      Eles são muito queridos, mas conversam até pelos cotovelos! Vez por outra, nos estranhamos, é verdade! 
       Pouco a pouco, vou conhecendo suas histórias. Algumas são realmente tristes, o que faz daquela criança uma heroína aos meus olhos, pois sinceramente, não sei se estruturalmente, conseguiria ter passado por semelhante experiência e mesmo assim, ainda ter um sorrisão gratuito pra enfrentar estas agruras que o mundo anda oferecendo ultimamente!
    Alguns, mal reconhecem as letras, outros, formam frases ainda simplificadas e repetitivas, tem também os que dizem que a dezena são iguais às unidades estando a diferença apenas na escrita e não na quantidade. Outros, riem das minhas bobagens e chegam a esperar porque sabem que logo depois da briga, vou dizer uma besteira pra "aliviar o clima".
      E assim, seguimos nós... 
     Às vezes, aquela vozinha interna que todo o professor tem, vem e me diz: "-Ivonete, você vai dar conta de tamanha heterogeneidade?" 
     Se esta pergunta vem numa quarta-feira, dia que eles tem a hora da leitura e me contam fascinados sobre o que aprenderam, respondo: "- Ahhhh, capaz que não, Ivonete!! Olha pra eles! Estão no caminho e tu sabes bem por onde guiá-los! Teus dezesseis anos de magistério vão dar conta!"
     Agora, se me pega de sobressalto numa sexta-feira, o desânimo já se apressa na resposta: "- Se você tivesse suas turmas de R2 agora, era só ir pra casa, pensar em novas brincadeiras pra semana que vem! Mas não!! Agora, está aí você, sobrecarregada de cadernos pra corrigir, planejamentos para fazer no final de semana!"
      Mas, sabe... Daí, tu recebe uma cartinha daquele aluno (aquele mesmo com quem tu brigou a tarde toda pra caprichar no caderno), dizendo que tu é a mãe que ele queria ter conhecido... Bah, não tem como pensar nisso, não encher os olhos de lágrimas e pensar:
       "- Ivonete, eles são teus!"
   



terça-feira, 14 de março de 2017

Sobre viver...

         Então, eu estava com todas as minhas atividades prontas, inclusive a síntese reflexiva semestral se encaminhando... Recebo a notícia de que minha mãe, em pleno tratamento de um câncer de mama maligno, estava na eminência de passar por um primeiro procedimento cirúrgico.
         Entre a aflição de não cumprir com as minhas obrigações na Escola em que trabalho, não apresentar o workshop avaliativo, pensei: "- Minha mãe nunca me deixaria para depois!"
         Ela foi e será sempre minha prioridade!
         Comuniquei minha decisão via e-mail para professores, coordenadores de curso, tutores, enfim, todas as pessoas que de alguma forma, são responsáveis pela organização do PEAD e para minha "surpresa", não recebi NADA de retorno, excetuando um comunicado por parte do Professor Crediné, avisando que eu poderia participar do Workshop de Recuperação, realizado ontem, 13/03.
        Então, foi o que fiz... procurei render forças para realizar esta parte do meu trabalho, apresentar da melhor forma que consegui o que eu havia compreendido das interdisciplinas que participei no transcorrer deste quarto semestre.
        Ao contrário das apresentações anteriores, não dei muita atenção à qualidade de minha fala, justamente porque, minha mãe continua passando pelos tratamentos quimioterápicos e eu, estou a 720 quilômetros dela...  
        Este ano, pedi para que eu ganhasse uma turma. Recebi um terceiro ano, onde há 6 casos de alunos que precisam de planejamento especial porque não estão alfabetizados. Minha vida tem se debruçado sobre livros, leituras e muita preocupação!
        Ainda que eu tente desviar meus pensamentos, me concentrar nas coisas que de imediato, pareçam mais urgentes, não tenho conseguido dar-lhes primazia em meu cotidiano, porque queira ou não, a doença de minha mãe, me desestruturou de forma avassaladora... 
       A UFGRS deixou de ser prioridade, pelo menos por enquanto. A Escola e seus múltiplos problemas também, porque a Ivonete adulta, precisa ser filha neste momento!
       Sinto-me singrando por um oceano instável.... queira Deus que seja uma sensação passageira!