terça-feira, 21 de março de 2017

Enfim, ganhei minha turma!

(Alguns dos "meus", em nosso "bailinho de Carnaval")

     Aprendi com a minha mãe que, quando queremos alguma coisa de verdade, todos os anjos conspiram para que tudo aconteça! Pois esta, é a exata sensação que tive ao iniciar o ano letivo de 2017!
     Após trabalhar três anos nesta Escola, na condição de R2 (professora responsável pelas disciplinas de Artes, Religião, Cidadania, Música e Geografia de um sexto ano, diga-se de passagem!), finalmente, ganhei o MEU terceiro ano! Minhas 25 crianças!
       Não que eu não tenha gostado de minhas experiências anteriores e, modéstia a parte, sempre fui muito elogiada pelo capricho e dedicação que me proponho ao sugerir as atividades aos meus alunos. Entretanto, sabe quando você quer aquela "turma pra chamar de tua"? 
      Eles são muito queridos, mas conversam até pelos cotovelos! Vez por outra, nos estranhamos, é verdade! 
       Pouco a pouco, vou conhecendo suas histórias. Algumas são realmente tristes, o que faz daquela criança uma heroína aos meus olhos, pois sinceramente, não sei se estruturalmente, conseguiria ter passado por semelhante experiência e mesmo assim, ainda ter um sorrisão gratuito pra enfrentar estas agruras que o mundo anda oferecendo ultimamente!
    Alguns, mal reconhecem as letras, outros, formam frases ainda simplificadas e repetitivas, tem também os que dizem que a dezena são iguais às unidades estando a diferença apenas na escrita e não na quantidade. Outros, riem das minhas bobagens e chegam a esperar porque sabem que logo depois da briga, vou dizer uma besteira pra "aliviar o clima".
      E assim, seguimos nós... 
     Às vezes, aquela vozinha interna que todo o professor tem, vem e me diz: "-Ivonete, você vai dar conta de tamanha heterogeneidade?" 
     Se esta pergunta vem numa quarta-feira, dia que eles tem a hora da leitura e me contam fascinados sobre o que aprenderam, respondo: "- Ahhhh, capaz que não, Ivonete!! Olha pra eles! Estão no caminho e tu sabes bem por onde guiá-los! Teus dezesseis anos de magistério vão dar conta!"
     Agora, se me pega de sobressalto numa sexta-feira, o desânimo já se apressa na resposta: "- Se você tivesse suas turmas de R2 agora, era só ir pra casa, pensar em novas brincadeiras pra semana que vem! Mas não!! Agora, está aí você, sobrecarregada de cadernos pra corrigir, planejamentos para fazer no final de semana!"
      Mas, sabe... Daí, tu recebe uma cartinha daquele aluno (aquele mesmo com quem tu brigou a tarde toda pra caprichar no caderno), dizendo que tu é a mãe que ele queria ter conhecido... Bah, não tem como pensar nisso, não encher os olhos de lágrimas e pensar:
       "- Ivonete, eles são teus!"
   



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