A atividade encaminhada pela Interdisciplina 075 - Organização do Ensino Fundamental, nos propôs que assistíssemos um vídeo apresentando uma aula inaugural ministrada pelo Professor Carlos Roberto Jamil Cury, na Faculdade de Educação da UFRGS e a partir da fala do palestrante, analisássemos os impasses e perspectivas da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDBEN), sobretudo, sob a perspectiva de sua afirmação de que "mexer na LDBEN é abrir o campo para novos retrocessos". Logo no início de suas ponderações, Jamil
Cury nos afirma que “o processo de tramitação da LDBEN foi muito moroso porque
a Educação é um campo de disputas, não é um campo neutro, não é uma escola sem
partido. As perpectivas, os pontos de vista aparecem e eles ora se opõem, ora convergem”. Julguei interessante pontuar esta
reflexão porque me parece que seja o mote norteador de todas as suas exposições,
ao passo que ilustra as disputas incutidas nos campos educacional, parlamentar
e social no transcorrer da história da Educação Brasileira.
Entretanto, se de um lado, afirma que “mexer
na LDBEN é abrir o campo para novos retrocessos”, Cury aponta que é preciso
buscarmos defesas significativas para as lutas que virão, olhando atentamente
para o capítulo da Constituição Federal que trata sobre o Direito à Educação, o
qual só passou a ser realidade a partir da Constituição de 1934, onde já é
possível identificar menções à necessidade de
Diretrizes para a Educação Nacional.
Inegavelmente, a instabilidade política e
econômica de nosso país, reforça-nos a ideia de suscetibilidade, sentida em
todos os setores sociais, e por conseguinte, à Escola e todos os seus atores, já
tão precarizados, sobretudo, após a década de 1970, como apontado durante o
vídeo.
Entretanto, concordo em partes quanto à
ideia de “retrocesso”. Vivemos em uma época em que o diálogo e respeito às
diferenças demandam conquistar espaços, cada vez mais viabilizados pelos
avanços dos meios de comunicação e compete à Escola também contemplar a esta
nova realidade, democratizar a participação de seus “tantos diferentes” em suas
decisões. Olhando sob este viés, “mexer na LDBEN e a forma como configura-se
parece-me fundamental, principalmente”, no que se refere ao formato com que as
instituições escolares desenham-se em seu cotidiano pedagógico, pautando-se no cumprimento
de normativas e grades curriculares.
Pensando a questão prática da leitura no cotidiano pedagógico, ressaltando suas contribuições, eu, Ivonete, propus aos meus alunos da turma 3 A 3 (Ensino Fundamental), a realização das seguintes atividades:
1.Diálogo inicial sobre os entendimentos acerca da importância e as diferentes formas de leitura que podemos realizar em nosso cotidiano vital.
2.Realização de Fichamentos de Leitura, a partir de leituras contidas em uma “Sacola Literária”.
3.Produções textuais em duplas, sequenciadas de apresentações orais.
Na sequência, passo a descrever cada atividade, relatando um pouco de como foi a experiência de sua realização:
Diálogo inicial: Diferentes tipos de leituras no cotidiano vital
Conforme podemos observar no vídeo, alguns de meus alunos ainda tem dificuldades em compreender a prática da leitura fora de seu cartesianismo convencional, onde esta, aparece condicionada à presença de letras e números.
Levando em consideração sua faixa etária (entre 8 e 9 anos de idades), surpreendi-me com a profundidade analítica de certas hipóteses que foram levantadas por eles, inclusive, suscitando conversas que dispensaram por completo a minha intervenção.
Entre os aspectos positivos de minha turma, destaco a facilidade com que eles expõem seus posicionamentos durante as explanações orais. Por isso, julguei importante explorar esta potencialidade na presente filmagem.
Outro aspecto que gostaria de destacar é que, os dois alunos que realizam a leitura ao final, estão sendo sondados pelo NAPPI (Núcleo de Atendimento às Pessoas Portadoras de Inclusão), sendo que ambos, tem históricos familiares bem complicados! Entretanto, percebe-se que, mesmo em meio às dificuldades, a oralidade lhes é inerente, aspecto que julgo crucial para o desenvolvimento de uma leitura dinâmica e compreensível, mas sobretudo, significativa.
Realização de Fichamentos de Leitura
Todas as quartas-feiras,temos uma combinação de que todos devem trazer para a Escola um livro, uma revista, um gibi, enfim, qualquer material para que dediquem-se para a leitura do mesmo. Então, aleatoriamente, alguns alunos são escolhidos para que compartilhem conosco suas impressões e compreensões.
Quando contei à Kasandra sobre esta minha didática de ensino, ela me sugeriu uma atividade chamada “sacola itinerante”, onde cada dia, um aluno leva para casa um livro, devendo lê-lo com o auxíio de sua família, para que na próxima aula, realize um relato pessoal sobre o que compreendeu da história.
Adorei a ideia! Achei super válida!
Então, resolvi providenciar uma destas pra mim, mas, como pode ser observado na imagem, chamei-a de “Sacola Literária”, pois aliada a prática da leitura, os alunos também ficaram incumbidos de realizarem fichamentos, elencando aspectos estruturais e observações pessoais sobre as obras lidas.
Produções Textuais, sequenciadas de exposições orais
Orientados para organizarem-se em duplas para que produzissem coletivamente um texto, os alunos debateram, acordando livremente sobre enredo, personagens, cenários e desfechos que dariam às suas produções.
Inicialmente, eu havia previsto que 4 aulas seriam suficientes para a realização de tal atividade. Todavia, a necessidade de extensão é totalmente compreensível neste caso, inclusive, no que se refere a presença de erros ortográficos e estruturais, por se tratarem de crianças que se encontram em fase de alfabetização.
Enquanto corrigia as produções, alguns aspectos chamaram a minha atenção:
·Todas as duplas optaram por produções textuais do gênero narrativo, sobretudo, porque costuma ser o tipo de leitura mais comum às suas práticas cotidianas.
·Quase todos textos iniciaram com a expressão “era uma vez”, o que dá a impressão de que, por “terem de contar uma história”, há uma noção generalizada de que a predominância temporal do imaginário infantil ainda é influenciada pelas estruturas na forma de conto.
Percebi que vários textos possuíam expressões em línguas estrangeiras, como shopping, whats app, youtube, tablet, etc, inclusive nos nomes que foram dados aos personagens. Isso transparece a percepção que os alunos têm da realidade que os cerca e a naturalidade com que lidam com estes bombardeios diários de informações que para nós, adultos, muitas vezes, costumam demandar certo tempo para que assimilemos.
Em linhas gerais, tive a impressão de que compreenderam a noção estrutural da temporalidade dos fatos e isso, me deixou muito feliz, sobretudo, porque eles ainda não possuem noções exatas acerca de conjugações verbais, fazendo-as segundo o que julgam adequadas à construção de suas frases.
Foi uma atividade muito gratificante, principalmente porque, foi a primeira vez em que eles foram desafiados a produzir um texto “sozinhos”, sem a minha intervenção direta. Em outros momentos, havíamos criado textos coletivos, cujas ideias eram pensadas coletivamentee registradas no quadro por mim para, somente depois, serem registrados em seus cadernos. Então, me senti super orgulhosa de perceber meus pequenos, “andando com suas próprias pernas”!
Logo em nossos primeiros diálogos, acordamos que o sentimento de
ansiedade pode ser considerado como o mal do século, sobretudo, pelas
manifestações cotidianas que temos percebido ao nosso redor, ou ainda,
viabilizado pelas intervenções midiáticas que mediam a fluidez informacional,
praticamente em tempo real, em nossa contemporaneidade.
Em linhas gerais, a
ansiedade pode ser definida como o sentimento de aflição, ânsia, nervosismo ou
impaciência de quem espera. Também pode ser apontada como uma característica
natural do ser humano que antecede momentos de perigo real ou imaginário, no
qual evoca sensações como batimento cardíaco acelerado, suor excessivo, dor no
estômago, irritabilidade, entre outros. Esses sintomas podem comprometer
seriamente o cotidiano de quem sofre com o transtorno, podendo inclusive
predispor outras doenças, como por exemplo, a síndrome do pânico.
Estes breves parágrafos exemplificam a amplitude de abordagens que
podem emergir das discussões acerca da ansiedade. Desta forma, ao passo que
realizamos nossas primeiras leituras, julgamos importante estabelecermos
coletivamente nossas certezas e dúvidas, pois a partir das mesmas,
conseguiríamos estabelecer os parâmetros norteadores de nossa pesquisa, ainda
que seja imprescindível pensá-las sob circunstâncias temporárias e, portanto,
passíveis de modificação.
Desta
forma, nossas concepções iniciais nos fazem acreditar que estamos certas ao
afirmarmos que:
·A
ansiedade parece estar mais presente nos dias atuais que em tempos passados.
·A
sociedade compreende que, por estar na fase adulta (compreendida após os 18
anos de idade), o ser humano já é plenamente capaz de lidar com os seus
sentimentos, incluindo-se aqui, a ansiedade.
·Grande
parte do sentimento de ansiedade que sentimos na vida adulta, deriva de
questões mal resolvidas ainda na infância (repressões, expectativas,
frustrações, falta de limites, etc).
Entretanto, se
somos conduzidas pela lógica para assimilarmos tais certezas, muitas são as
dúvidas que pairam no ar em se tratando deste tema complexo,
sobressaindo-se:
·Quais são
as principais características da ansiedade? Existem aspectos positivos em sua
composição?
·Quais são
os motivos mais comuns que desencadeiam situações envolvendo quadros de ansiedade?
·Como os
novos papeis assumidos pelas pessoas na contemporaneidade têm influenciado para
o aumento dos casos de ansiedade entre elas?
1.“SER ANSIOSO” E “ESTAR ANSIOSO”
PODEM SER EXPRESSÕES SINÔNIMAS?
Em se tratando de
ansiedade, a velha dialética ser x estar
se encaixa com exímia exatidão, pois como afirma SILVA (2011), “ser ansioso é possuir sensação de
tensão, apreensão e inquietação, o que causa o domínio de todos os demais
aspectos da personalidade da pessoa. Por outro lado, estar ansioso, é tudo isso acompanhado por manifestações orgânicas
tais como palpitações (taquicardia), suor intenso (sudorese), tonturas, náuses,
dificuldade respiratória, extremidades frias, etc.”
Sendo assim, estar
ansioso caracteriza-se por um estado emocional passageiro e oscilante, que
varia em intensidade ao longo do tempo ao passo que a pessoa percebe-se
ameaçada. Trata-se de uma reação
subjetiva.
Portanto, não pode ser
confundida com a ansiedade enquanto traço de personalidade, já que esta última
remete às diferenças individuais relativamente estáveis.
Podemos dizer que um
indivíduo ansioso tem tendências à reações mais frequentes e intensas ao
perceber situações potencialmente estressantes como perigosas ou ameaçadoras.
Em
outras palavras, um mesmo fato que é entendido pela maioria das pessoas como
neutro, passa a ser considerado ansiogético por um indivíduo com traços de
ansiedade, pois o processamento da informação (idiossincrasias) são mais
vulneráveis à enviesamentos de interpretação dos estímulos, portanto, passando
a ser avaliados como ameaçadores ou potencialmente perigosos.
2.OS TRANSTORNOS DE ANSIEDADE
A ansiedade é um sentimento comum a todos os seres humanos,
afinal, quem de nós não se sente ansioso no dia do casamento, ou ao andarmos em
uma montanha russa?, ou ainda, quando precisamos passar por uma
entrevista de emprego ou, quando temos nossos famosos workshops avaliativos? Nestes níveis, a ansiedade atinge níveis
normais, criando uma apreensão que exige a rápida tomada de decisões e
portanto, pode servir como importante elixir no auxílio do rendimento
individual.
Sigmund Freud, ao final do século XIX foi o primeiro a falar em
ansiedade da maneira como a conhecemos nos dias atuais, mas, conforme aponta
Hueck (2008):
“O significado mais aceito hoje em dia vem
do psiquiatra australiano Aubrey Lewis que, em 1967, descreveu o termo como “um
estado emocional com a qualidade do medo, desagradável, dirigido para o futuro,
desproporcional e com desconforto subjetivo”. De uma forma geral, a ansiedade é
um sentimento incômodo e projetado para o futuro. A pessoa ansiosa vive num
estado de alerta constante por causa de uma situação que pode acontecer – e
causar sofrimento. É o caso do homem que quer puxar assunto com uma mulher
bonita, mas tem medo de ser rejeitado. A crise interna que ele sente nesse
momento, em que não sabe se deve ir ou ficar na vontade, é a ansiedade.”
Todavia, para se identificar a ansiedade em seus níveis normais,
daqueles considerados patológicos, deve-se considerar até que ponto ocorre a desproporcionalidade
entre estímulo e reação, sendo que a longo ou médio prazo, estes tendem a
interferir na qualidade de vida da pessoa, causando-lhe desconforto emocional
ou traduzindo-se em baixas significativas de seu desempenho diário.
Há que se dizer que a própria ansiedade pode ser, por si só,
frequente nas manifestações de outros transtornos psiquiátricos, coexistindo
com outros diagnósticos identificados por especialistas da área da medicina.
Nestes casos, conforme comprovam os estudos realizados por CASTILLO, RECONDOet
all (2000):
“As intervenções farmacológicas são necessárias quando os sintomas
são graves e incapacitantes, embora estudos controlados documentando seu uso
sejam limitados. O uso de antidepressivos tricíclicos (imipramina) mostrou resultados
controversos. Os benzodiazepínicos, apesar de poucos estudos controlados que
avaliem a sua eficácia, são utilizados para ansiedade antecipatória e para
alívio dos sintomas durante o período de latência dos antidepressivos. Os
inibidores seletivos da recaptura de serotonina podem ser efetivos para o
alívio dos sintomas de ansiedade, sendo considerados medicação de primeira
escolha devido ao seu perfil de efeitos colaterais, sua maior segurança, fácil
administração e quando há comorbidade com transtorno de humor.”
A primeira vista, parece-nos passível afirmar sem incorrer em
exageros que os medos e preocupações infantis, quando não são bem resolvidos em
nossa infância, podem vir a constituir trantornos bastante frequentes, causando
sofrimento e disfunções psiquiátricas durante nossa adultez.
Ao
escrever um artigo falando sobre os transtornos de ansiedade, o
neurologista Leandro
Teles afirma ser possível, ainda que em linhas breves, identificarmos sete formas de
manifestação de patologias desta natureza, a saber:
1.
TAG (Transtorno de Ansiedade Generalizada) -É a forma mais comum de ansiedade
patológica. Nela a pessoa sente-se grande parte do tempo ansiosa. Com uma
pressão antecipatória, uma tensão excessiva e desproporcional aos eventos do
dia a dia. Pode haver sensação de respiração curta, tremores, taquicardias,
insônia (dificuldade de desligar), irritabilidade, baixa tolerância, sensação
de estar “a flor da pele”, etc. São sintomas que podem oscilar em intensidade
durante o dia, mas são praticamente constantes em boa parte dos dias.
2.
Síndrome do Pânico -Trata-se do aparecimento de crises
intensas e repentinas de ansiedade. É uma forma dramática, intensa e
incapacitante de ansiedade. Pode ocorrer em situações específicas ou surgir “do
nada”. A duração dos episódios gira em torno de 10 a 20 minutos, mas podem
surgir crises mais prolongadas. O paciente é tomado por sintomas físicos e
psíquicos avassaladores, bem como sintomas psíquicos: sensação de morte
iminente, medo extremo, desespero e angústia; físicos: Dor no peito, falta de
ar, formigamento em extremidades, tremores, sudorese fria, taquicardia, etc.,
são sintomas comuns. É muito frequente as crises de pânico serem confundidas
com infarto ou arritmias em um primeiro momento.
3.
Agorafobia -É uma complicação muito comum do pânico
e das fobias. O paciente que experimentou uma crise forte de ansiedade, passa a
temer ter novas crises. Esse medo de passar mal leva a mais tensão
antecipatória e faz com que o paciente evite lugares aonde pode ter dificuldade
em pedir ajuda ou escapar caso tenha crise de ansiedade. A agorafobia é a base
da restrição social e o isolamento progressivo visto em pacientes com pânico.
4.
Estresse Pós-Traumático -É quando os sintomas de Ansiedade (seja
na forma contínua, seja na forma intermitente) ocorrem após um trauma psíquico
intenso (sequestro, violência, ameaça, acidente, etc.). São comum os flashbacks
e pesadelos relacionados ao evento em questão.
5. TOC (Transtorno
Obsessivo Compulsivo) -Ocorre quando
pensamentos obsessivos trazem uma ansiedade que só é aliviada por comportamentos
compulsivos (repetitivos e desmotivados). São exemplos: lavar as mão repetidamente,
TOC de simetria, limpeza, compulsão alimentar, compulsão por jogos, compras,
etc. Para ilustrar estas afirmações, sugerimos que seja assistida uma breve
animação, entitulada TOC, ou ainda, o filme
“Melhor é impossível”, pois ambas as produções nos convidam à
reflexão.
6.
Fobias Específicas -Ocorre quando a pessoa manifesta tensão
e ansiedade intensas diante de determinada situação ou objeto. Por exemplo:
baratas, elevador, altura, lugares fechados, etc.
7.
Ansiedade Orgânica - Abstinência
a medicamentos, uso de drogas, hipertireoidismo, etc.
Se por um
lado, os transtornos de ansiedade dão a impressão de que seus efeitos só podem ser reduzidos,
ou mesmo, extintos, a partir da manipulação de produtos farmacológicos, existem
estudos que comprovam que os exercícios físicos podem promover melhorias na
aptidão física destas pessoas, desde que sejam monitorados em sua intensidade e
adequados às condições individuais de cada caso em particular.
3. ANSIEDADE x CONTROLE PESSOAL
A impossibilidade humana em
ressignificar determinadas situações é um dos geradores que potencializam
quadros de ansiedade. No entanto, estar ansioso não é algo incomum, apesar de
precisarmos estar atentos para identificar e diagnosticar quando este estado
deixa de ser fisiológico para tornar-se
um transtorno psiquiátrico.
O estado de ansiedade em demasia,
gera sintomas psicosomáticos que comprometem significativamente a convívio
social do indivíduo e suas funções ocupacionais, acentuando a sensação de
sofrimento.
Mas, como podemos identificar
quando uma pessoa está ansiosa? Para facilitar a compreensão acerca dos
sintomas físicos e fisiológicos da ansiedade, sugerimos a observação do
seguinte quadro comparativo:
Sintomas Físicos
Sintomas Psicológicos
Enjoo e vômitos
Agitação e balanço das pernas e dos braços
Tontura ou sensação de desmaio
Nervosismo
Falta de ar ou respiração ofegante
Dificuldade de concentração
Dor ou aperto no peito e palpitações no coração
Preocupação
Dor de barriga, podendo ter diarreia
Medo constante
Roer as unhas, sentir tremores e falar muito rápido
Sensação de que algo ruím vai acontecer
Tensão muscular, causando dores nas costas
Descontrole sobre os próprios pensamentos
Irritabilidade e dificuldade para dormir
Preocupação exagerada em relação à realidade
Analisando as afirmações
realizadas anteriormente, temos a impressão de que o sentimento de ansiedade
depende em grande parte de mudanças comportamentais por parte do indivíduo.
Todavia, nos dias de hoje, onde a
sociedade nos cobra um nível altíssimo de simultaneidade e versatilidade, nas
multi-tarefas que executamos, seja como profissionais, pais, cidadãos,
estudantes, etc, num mundo que aumenta os níveis de violência e decai em
qualidade de vida, como fica nosso enfrentamento diante de todos esses fatos?
Poderíamos dizer que a ansiedade é tão somente fruto de nosso modus
operandi nestes tempos em que vivemos?
4. ANSIEDADE E ADULTEZ
Na sociedade moderna, a
introdução de novas tecnologias que facilitam o acesso às informações, têm
influenciado no ritmo de trabalho, fazendo com que as pessoas modifiquem seu
estilo de vida para se adaptarem a estes novos contextos sociais.
“Hoje
em dia, ficamos sabendo de todos os desastres naturais, todos os ataques
terroristas e todos os acidentes de avião que acontecem ao redor do mundo, e
nos sentimos vulneráveis. E, muito mais do que isso, nos sentimos incapazes se
não sabemos palpitar sobre a música da moda, a eleição americana ou o
acelerador de partículas na Suíça. Já que a informação está disponível, por que
não sabemos de tudo um pouco? Essa avalanche de informação também causa outro
tipo de neurose” (Hueck, 2008)
Percebemos que, pessoas com
traços de personalidade mais instrospectivos, com dificuldades de engajamento
social ou de comunicação, ou ainda, reticentes quanto à admissão de riscos,
representam maior potencial para sofrer as influências destes fenômenos em sua
vida cotidiana.
Como afirmamos anteriormente,
medos e preocupações infantis, quando não são bem resolvidos, podem vir a
constituir transtornos, sofrimentos, ou ainda, disfunções psiquiátricas no
indivíduo já em sua fase adulta.
Acrescentemos a isso, a ideia
banalizada e desconfortável de que a ansiedade pode aparecer ligada à
caracterização de “pessoas loucas”, potencialmente suscetíveis aos comentários
depreciativos por parte de familiares ou amigos. Popularmente, a adultez traz
incrustada a ideia de que o indivíduo encontra-se no ápice de sua estabilidade
física e emocional.
Desta forma, há a tendência a
negação do sentimento de ansiedade, renegam-se seus sintomas, ainda que estes
venham a constituir um círculo vicioso.
O primeiro passo para o
enfrentamento das crises de ansiedade perpassa pela superação destes
paradigmas, pois demanda daí a eficácia das técnicas de tratamento ou ainda, de
familiarização com este problema, visto que pode gerar desconfortos em maior ou
menor intensidade.
Nos últimos anos, os progressos
nos tratamentos dos transtornos de ansiedade contam com um imenso leque de alternativas
e possibilidades terapêuticas, as quais podem gerar significativas melhorias na
qualidade de vida das pessoas.
5.CONVIVENDO COM A ANSIEDADE
Há que se dizer que, os tempos
modernos estigmatizaram a ansiedade como a vilã que serve apenas para atrapalhar
nossas relações pessoais, nossa competência no trabalho e todos os tipos de
situações delicadas que precisamos lidar em nosso dia a dia, esquecendo-se
completamente que ela faz parte de nosso sistema de defesa e está projetada em
quase todos os animais vertebrados.
Boa
parte da ansiedade que sentimos, vem dos nossos pensamentos e a linha que
separa a ansiedade normal da exagerada é muito tênue, variando de pessoa para
pessoa. Tem quem lide muito bem com uma rotina agitada, enquanto outros não podem nem pensar em ter
preocupações ou responsabilidades excessivas, ocasionando em algum grau
sintomas de ansiedade.
Para
identificarmos nossas verdadeiras fontes de estresse, precisamos atentar para
nossos hábitos, atitudes e desculpas, pois muitas vezes, ignoramos sentimentos,
pensamentos e comportamentos que são indutores de estresse.
Infelizmente, não existe uma
forma mágica para diminuir a ansiedade, mas o mecanismo é muito parecido com o
do pensamento positivo, conforme apontam as palavras do Clínico Geral ArthurFrazão:
“Há sete formas pelas quais as
pessoas podem tentar controlar sua ansiedade, seu nervosismo, a saber:
1.Mudar a atitude em relação ao
problemas, tentando informa-se sobre os motivos que estão causando a ansiedade.
2.Respeitar as limitações individuais
e não hesitar em solicitar auxílio sempre que preciso.
3.Respirar fundo, calmamente. Se
necessário, fechar os olhos, imaginar-se em um lugar calmo, como por exemplo,
uma praia onde as ondas do mar, vão tornando-se cada vez mais calmas.
4.Ater-se a pensamentos positivos,
evitando situações que remetam a pensamentos negativos, ou ainda,
autodestrutivos.
5.Valorizar
e viver o momento presente. Se a ansiedade for causada por situações passadas,
é importante dar-se por conta de que nada mais pode ser feito para
modificá-las, assim como o futuro, que ainda é uma incógnita.
6.Depois de identificada as causas
de sua ansiedade ou de sua tristeza, é importante que a pessoa procure
manter-se longe.
7.Ocupar a mente com objetivos, que
preferencialmente, estejam ligadas a alguma atividade física, pode ser
potencialmente benéfico para evitar situações que causam ansiedade.”
Pensar que as coisas darão certo, diminui o
pensamento catastrófico e, por consequência, as crises de ansiedade.
Cercar-se de pessoas positivas no
ambiente de trabalho e em nossa vida pessoal, buscar ajuda quando estamos
fragilizados são maneiras de retornarmos mais rapidamente ao nosso estado de
equilíbrio. Exercícios respiratórios prestam importantes contribuições nestes
casos.
Além disso, os profissionais da
área da saúde também devem ser procurados para que as orientações estejam
adequadas para cada caso específico, dada as particularidades de cada
transtorno e/ou sintomas de ansiedade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Vivemos em uma sociedade em que
as pessoas ainda se sentem receosas em dizerem-se portadoras de
doenças/transtornos mentais, justamente por temerem às reações de terceiros.
Como os problemas psicológicos
não encontram-se no mesmo patamar das doenças físicas, ainda figuram entre as
fraquezas, aquelas mesmas que classificam
como fingimento, os descontroles emocionais, reduzindo-as a malcriações
que não foram corrigidas em tempo durante a infância.
Entretanto, todos os tipos de
ansiedade podem ser tratados, seja com remédios ou terapias e, por mais que, à
primeira vista, deixem-nos a impressão de que apenas atrapalham nosso trabalho,
namoro e as coisas boas da vida, acabando com a nossa paciência, é possível
conviver pacificamente com a ansiedade e isso, pode fazer toda a diferença
quando nos damos conta de que nem tudo
precisa ser motivo de preocupação o tempo inteiro.
Os
fatores que mais causam preocupação atualmente são coisas muito menos
tangíveis, como satisfação no emprego, realização amorosa, visual perfeito.
Vivemos à ideologia da escolha, somos donos da nossa própria vida e só
dependemos de nós mesmos para encontrar a felicidade.
Essa
idéia de liberdade é atual, e causa muita ansiedade, o que fica ainda mais
potencializado quando analisamos a velocidade com que a informação viaja o mundo,
pois, por se tratar de algo muito recente, ainda não sabemos lidar com tudo
isso, tampouco, compreendemos inteiramente
o processo de filtragem que esta realidade demanda.
Olhando
algumas propagandas que homenageiam a estas mulheres especiais todos os
segundos domingos de maio de todos os anos, lembrei de você, minha MÃE, de sua
forma peculiar de mostrar que a honestidade é a forma mais sublime de expressar
bondade, principalmente, para com a gente mesmo!
Têm coisas
que demoramos para aprender, outras tantas, só a idade é capaz de nos fazer
enxergar.
Hoje,
finalmente percebo que minhas vitórias estão recheadas de suas orações e que
sua mão continua acalentando cada passo do meu caminhar.
Não há
um dia em que não nos encontremos porque todas as vezes que me olho no espelho,
meu rosto se desenha, cada dia mais parecido com o seu. Então, me sinto forte,
porque sou filha da Antonia, guerreira, transparente, digna, honesta, mulher de
fé inabalável!
Hoje, tenho
a idade que tinhas quando eu vim ao mundo... claro, já não é mais a decada de
80, mas é como se a nossa história voltasse a se fundir... mais do que nunca,
me sinto parte de ti! É uma sensação estranha porque, mesmo com as geografias
que nos separam, nenhuma de suas dores e aflições me passam despercebidas...
Justamente
nestes momentos, MÃE, que faço como você: intercedo aos céus para que tudo
aconteça da melhor forma possível (ainda que eu não tenha conseguido chegar a
um terço de seu grau de resiliência...)
O teu
"Deus te abençõe!" e o meu "Amém! Fica com Deus, mãe!" ao
final de cada ligação, é a forma mais sincera de nos falarmos o quanto nos
amamos e do quanto somos importantes uma para a outra, bem sabemos disso...
Juro pra ti
que queria ser uma filha melhor! Ter um pouco mais discernimento quanto as
coisas realmente importantes na vida (e ter mais paciência para lidar com as
coisas, como você sempre diz!).
Me peguei
pensando em "como é a sensação de ser mãe"... interessante que eu,
não soube definir, tampouco verbalizar como deve ser isso. Acho que é uma
escolha que necessita de uma grandeza de alma e de desprendimento tão
gigantescos que os céus escolhem a dedo as mulheres que realmente estão
preparadas para tanto!
Sabe, MÃE...
uma vez, vi em algum lugar que escolhemos as pessoas com quem queremos conviver
quando reencarnamos... Se realmente é assim, fico feliz porque mesmo sabendo
que lidar comigo não seria nada fácil, ainda insistiu nesta coisa complicada que
é ser minha MÃE...
Então, muito
obrigada por tudo, MÃE! Pela compreensão, pelos cuidados, pela confiança, pelo
carinho, pelos puxões de orelha, pelas brigas, pelas risadas, pelos
ensinamentos, pelos exemplos, pelos incentivos.... por ser meu abrigo e fortaleza!
Muito obrigada por poder contar contigo, independente de qualquer coisa! Muito
obrigada por aceitar meu jeito torto.
Que os anjos
do céu continuem a rodear sua vida, que a luz divina te conceda saúde,
longevidade e paz!
Mesmo de
longe, nunca saí de perto de ti e, assim será, sempre!
FELIZ DIA
DAS MÃES! Tu está em um lugar especial do meu coração, junto com todas as
lembranças boas, aquelas que tem gosto de mingau de fubá e cheiro de madeira
recém cortada!
"Amém!
Fica com Deus, mãe!" (traduzindo: Fazem 37 anos que amo você e assim será,
até o fim dos meus dias!)