Pensando a questão prática da leitura no cotidiano pedagógico, ressaltando suas contribuições, eu, Ivonete, propus aos meus alunos da turma 3 A 3 (Ensino Fundamental), a realização das seguintes atividades:
1. Diálogo inicial sobre os entendimentos acerca da importância e as diferentes formas de leitura que podemos realizar em nosso cotidiano vital.
2. Realização de Fichamentos de Leitura, a partir de leituras contidas em uma “Sacola Literária”.
3. Produções textuais em duplas, sequenciadas de apresentações orais.
Na sequência, passo a descrever cada atividade, relatando um pouco de como foi a experiência de sua realização:
Diálogo inicial: Diferentes tipos de leituras no cotidiano vital
Conforme podemos observar no vídeo, alguns de meus alunos ainda tem dificuldades em compreender a prática da leitura fora de seu cartesianismo convencional, onde esta, aparece condicionada à presença de letras e números.
Levando em consideração sua faixa etária (entre 8 e 9 anos de idades), surpreendi-me com a profundidade analítica de certas hipóteses que foram levantadas por eles, inclusive, suscitando conversas que dispensaram por completo a minha intervenção.
Entre os aspectos positivos de minha turma, destaco a facilidade com que eles expõem seus posicionamentos durante as explanações orais. Por isso, julguei importante explorar esta potencialidade na presente filmagem.
Outro aspecto que gostaria de destacar é que, os dois alunos que realizam a leitura ao final, estão sendo sondados pelo NAPPI (Núcleo de Atendimento às Pessoas Portadoras de Inclusão), sendo que ambos, tem históricos familiares bem complicados! Entretanto, percebe-se que, mesmo em meio às dificuldades, a oralidade lhes é inerente, aspecto que julgo crucial para o desenvolvimento de uma leitura dinâmica e compreensível, mas sobretudo, significativa.
Realização de Fichamentos de Leitura
Todas as quartas-feiras, temos uma combinação de que todos devem trazer para a Escola um livro, uma revista, um gibi, enfim, qualquer material para que dediquem-se para a leitura do mesmo. Então, aleatoriamente, alguns alunos são escolhidos para que compartilhem conosco suas impressões e compreensões.
Quando contei à Kasandra sobre esta minha didática de ensino, ela me sugeriu uma atividade chamada “sacola itinerante”, onde cada dia, um aluno leva para casa um livro, devendo lê-lo com o auxíio de sua família, para que na próxima aula, realize um relato pessoal sobre o que compreendeu da história.
Adorei a ideia! Achei super válida!
Então, resolvi providenciar uma destas pra mim, mas, como pode ser observado na imagem, chamei-a de “Sacola Literária”, pois aliada a prática da leitura, os alunos também ficaram incumbidos de realizarem fichamentos, elencando aspectos estruturais e observações pessoais sobre as obras lidas.
Produções Textuais, sequenciadas de exposições orais
Orientados para organizarem-se em duplas para que produzissem coletivamente um texto, os alunos debateram, acordando livremente sobre enredo, personagens, cenários e desfechos que dariam às suas produções.
Inicialmente, eu havia previsto que 4 aulas seriam suficientes para a realização de tal atividade. Todavia, a necessidade de extensão é totalmente compreensível neste caso, inclusive, no que se refere a presença de erros ortográficos e estruturais, por se tratarem de crianças que se encontram em fase de alfabetização.
Enquanto corrigia as produções, alguns aspectos chamaram a minha atenção:
· Todas as duplas optaram por produções textuais do gênero narrativo, sobretudo, porque costuma ser o tipo de leitura mais comum às suas práticas cotidianas.
· Quase todos textos iniciaram com a expressão “era uma vez”, o que dá a impressão de que, por “terem de contar uma história”, há uma noção generalizada de que a predominância temporal do imaginário infantil ainda é influenciada pelas estruturas na forma de conto.
Percebi que vários textos possuíam expressões em línguas estrangeiras, como shopping, whats app, youtube, tablet, etc, inclusive nos nomes que foram dados aos personagens. Isso transparece a percepção que os alunos têm da realidade que os cerca e a naturalidade com que lidam com estes bombardeios diários de informações que para nós, adultos, muitas vezes, costumam demandar certo tempo para que assimilemos.
Foi uma atividade muito gratificante, principalmente porque, foi a primeira vez em que eles foram desafiados a produzir um texto “sozinhos”, sem a minha intervenção direta. Em outros momentos, havíamos criado textos coletivos, cujas ideias eram pensadas coletivamente e registradas no quadro por mim para, somente depois, serem registrados em seus cadernos. Então, me senti super orgulhosa de perceber meus pequenos, “andando com suas próprias pernas”!
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