Inicialmente, há que se dizer que a
construção da Usina Hidrelétrica da Itaipu Binacional não significou apenas o
desvio do Rio Paraná de seu curso natural, como também a inundação de extensas
áreas florestais e agriculturáveis (lembrando que a economia paranaense
baseia-se principalmente na produtividade agrícola). Além disso, no início da
década de 1980, com o fechamento das comportas da barragem de Itaipu, as Sete
Quedas (até então considerada a maior cachoeira do mundo em volume de água)
foram sendo submergidas pouco a pouco, até que lentamente, deixaram de existir!
(Para saber mais informações sobre isso, é possível pode-se acessar: http://pt.slideshare.net/elosteffens/as-sete-quedas-e-itaipu )
O nome “Itaipu” significa “pedra que canta”, forma
pela qual os guaranis daquela região referiam-se a uma ilha, quase sempre
submersa, que parecia medir forças com os barrancos, há poucos quilômetros da
confluência entre do Rio Paraná com o Iguaçu.
Todavia, estudos científicos apontaram para aquele
ponto um rendimento energético excepcional em virtude do longo cânion escavado
pelo Rio Paraná.
Cito os dados acima porque, se de um lado temos
BANIWA falando do empirismo e subjetividade indígena, também o vemos afirmar em
dado momento que “cada cultura tem forma própria de organizar, produzir,
transmitir e aplicar conhecimentos sempre no plural.” (2006, p. 170). Desta
forma, quando falamos em sustentabilidade, não há como negar a influência
indígena neste viés, já que a primazia desta prática se pauta no respeito à
natureza. Mas, o grande desafio é: como uma nação pode tornar-se sustentável,
depois de 500 anos de história estruturada em moldes capitalistas?
Para exemplificar: É possível impedir a expansão
dos “Desertos Verdes” e suas formas de sedução econômica de lucros à curto
prazo, conscientizando ecologicamente a população de que estes hábitos
potencializam o fenômenos ligados à infertilidade do solo? Esta é uma das
preocupações que assolam a comunidade remanescente de quilombos em Casca/ RS,
conforme apontam estudos realizados por Laiz
Wediggen e Paulo Sérgio da Silva.
A primeira vista, parece uma luta
desigual, injusta.
Entretanto, a mesma ciência que
propunha a utilização da energia hidráulica para produção de luz
elétrica, ou ainda, a plantação de pinus elliot ou acácia negra para contenção
do fenômenos geofísicos, é a mesma que nos surge com sugestões de fontes
de energias alternativas (eólica, solar, biomassa, geotérmica, etc), que nos
fala da reutilização de materiais considerados recicláveis, ou ainda,
construções de usinas hidrelétricas com reduzidos níveis de impacto
sócioambiental.
Neste sentido, o avanço das
tecnologias e a simultaneidade das informações são de grande valia porque
potencializam a disseminação destes conhecimentos e, estando a Escola
socialmente incluída neste contexto, compete-nos enquanto professores, promover
práticas com vias a compreender e praticar a sustentabilidade em nosso
cotidiano escolar, habituá-la como uma premissa existencial, sejam em conversas
informais quanto a importância de que cada ser humano faça a sua parte para o
bem comum, seja realizando projetos maiores que englobem também as famílias dos
alunos e a própria comunidade escolar nestes processos de conscientização.
REFERÊNCIAS
BANIWA.
Gersem. A ciência e os conhecimentos tradicionais in O índio brasileiro: O que você precisa saber sobre os
povos indígenas no Brasil de hoje. Disponível em : https://moodle.ufrgs.br/pluginfile.php/1776550/mod_resource/content/1/Livro%20%20-%20O%20%C3%ADndio%20brasileiro%20O%20que%20voc%C3%AA%20precisa%20saber%20sobre%20os%20povos%20ind%C3%ADgenas%20no%20Brasil%20de%20hoje%20de%20Gersem%20Baniwa.pdf acessado
em 28 de novembro de 2016.
WEDIGGEN.
Laiz e SILVA, Paulo Sérgio da. Educação e respeito ao meio ambiente: a
perspectiva emancipatória da educação na comunidade remascente de quilombos de
Casca in PROEJA Quilombola. Disponível em https://moodle.ufrgs.br/pluginfile.php/1798236/mod_resource/content/1/Livro%20PROEJA%20Quilombola.pdf,
acessado em 28 de novembro de 2016.
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