Práticas
educacionais e relações de poder: o Projeto Político Pedagógico
“As escolas-fábricas, a publicidade, o condicionamento de
qualquer Ordem, ajuda com solicitude a criança, o
adolescente,
o adulto a obter lugar na grande família dos consumidores.”
(VANEIGEM, 1974, p. 149)
Esboçando pensamentos acerca
das táticas mercadológicas do sistema capitalista de produção, Vanegeim chama
atenção ao caráter irrestrito da cultura e as formas como esta se reinventa na
vida cotidiana moderna. Questiona o caráter intencional das ideologias
propagadas reprodutivamente, as quais propõem uma mesma compreensão de mundo, a
partir da “cultura dominante” imposta a sociedade de consumo.
Se analisarmos o Projeto
Político Pedagógico de nossa Escola, sob esta perspectiva, percebemos que o
mesmo deve ser concebido como expressão coletiva coerente, demandada da relação
efetiva entre teoria e prática, pois conforme afirma o próprio autor:
(...) mesmo quando é necessário um líder no jogo, o seu poder de decisão nunca é exercido às custas do poder autônomo de cada indivíduo. Ao contrário, ele concentra a vontade de cada indivíduo, a duplicata coletiva de cada desejo particular. O projeto de participação implica portanto uma coerência tal que as decisões de cada um sejam as decisões de todos. (VANEIGEM, 1974, p. 174)
Em outra palavras, ao passo
que o Projeto Político Pedagógico é visto como articulador principal dos meios
e fins a que se destina a educação escolar, é importante que seja elaborado
democraticamente com base na realidade sóciocultural, econômica e política, as
quais, singularizam nossa instituição em relação as demais.
Como
uma das caracteríticas fundamentais deste documento é justamente sua
readaptação contínua ao passo que a Escola se defronta com novos paradigmas,
penso que nossa Escola tem rendido importantes esforços neste sentido, através
das reuniões pedagógicas que são organizadas para este fim.
Em
minha opinião, é importante que a Escola esteja atenta ao seu papel social e as
significativas contribuições que lhe competem na formação de cidadãos
pro-ativos, pois de nada adianta apenas questionar as realidades sociais com
vistas a imparcialidade, sem ingerência ativa.
É
fundamental que o Projeto Político Pedagógico se traduza em prática por parte
do coletivo escolar, seja um projeto de participação real e efetiva, embasado
em ações estrategicamente constituídas, desfragmentadas e transparentes.
REFERÊNCIAS
VANEIGEM.
Raoul. A arte de viver para as novas gerações: O projeto de participação. p.172
a 179. Disponível em https://moodle.ufrgs.br/pluginfile.php/1252181/mod_resource/content/1/viver-novas-geracoes-digitalc3aa-completo-1.pdf>
Acessado em 28 de junho de 2015.
Oi Ivonete! Adorei as cores do teu blog. Mas gostei mais ainda da reflexão acerca dos poderes que a sociedade de consumo colocam em circulação neste nosso tempo. Como é grande a responsabilidade da escola não é? Espero que eu consiga colaborar com as tuas reflexões. Conta comigo. Ok?
ResponderExcluir[]'s
JacqueAguiar